Caso o Brasil optasse por construir um trem de alta velocidade convencional, ao invés de um trem-bala, ligando as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas, o país poderia reduzir em 2/3 o custo da obra. Um trem convencional de alta velocidade gastaria três horas para ir do Rio a São Paulo, enquanto que um trem-bala faria o mesmo percurso em apenas uma hora.
Estas são afirmações contidas em requerimento do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que pediu a realização de audiência pública na Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) amanhã, às 14h, para discutir a necessidade de construção do trem-bala no Brasil.
De acordo com ele, o custo elevado da construção de um trem-bala entre Rio e São Paulo é devido à geografia montanhosa da região, que exige a edificação de túneis e pontes em cerca de 50% do trajeto. Para que o trem-bala possa atingir altas velocidades, explica, precisa se locomover o mais possível em linha reta, daí a necessidade dos túneis e pontes.
O parlamentar quer discutir na CI se, num país de dimensões continentais como o Brasil, que possui uma malha ferroviária insuficiente, é razoável a realização de um investimento de grande porte em um único projeto. "O trem-bala não mudará esta realidade [de insuficiência do transporte ferroviário no Brasil], uma vez que prioriza o transporte de passageiros e vai consumir, sozinho, metade do que será investido no setor nos próximos anos", alerta o senador.
Além de Ricardo Ferraço, os senadores Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e Flexa Ribeiro (PSDB-PA) indicaram também nomes de especialistas para debater a questão.
(Agência Senado, 11/04/2011)