O britânico Anthony Smith, ex-apresentador do canal de notícias BBC, realizou um desafio marítimo para conscientizar o mundo sobre a importância da água doce para os seres humanos. Ele levou 66 dias para atravessar o Atlântico em uma jangada feita com tubos de plástico.
Os desafios da viagem foram muitos, a começar pela escolha dos tripulantes. Smith, com 85 anos, acreditou que essa poderia ser uma boa oportunidade para mostrar que uma expedição não precisa ser feita somente por jovens. Por isso, o grupo escolhido era composto por “cavalheiros intrépidos e maduros”. O segundo item era construir uma jangada alternativa, mas que fosse totalmente estável e bem construída, para mitigar risco e eles conseguiram. Segundo informações da BBC, a embarcação, chamada de An-Tiki, possuía 12 metros de comprimento e era impulsionada por uma vela de 37 metros quadrados, com remos e lemes duplos, podendo viajar a uma velocidade média de quatro nós.
A viagem teve início nas Ilhas Canárias e foi finalizada quando o grupo chegou ao Caribe, pouco mais de dois meses depois da partida. Além de chamar a atenção do mundo e provar toda a importância da água doce, Smith se comprometeu a fazer estudos, que pudessem servir como base para outras pesquisas, principalmente sobre os plânctons e como eles podem ser afetados pelos impactos do aquecimento global.
O segundo grande propósito dos expedicionários era conseguir arrecadar 50 mil libras (R$ 131 mil) para doarem à ONG britânica WaterAid, que trabalha em 26 países, lutando para levar o acesso à água potável e ao saneamento às pessoas que vivem em situação de risco. Existe no mundo um bilhão de pessoas que ainda não possuem acesso à água potável.
Antes da viagem Smith havia declarado que o trajeto de 4.500 quilômetros em água salgada seria suficiente para deixar os tripulantes conscientes a respeito dos lugares que não possuem fornecimento adequado de água. O resultado foi esse mesmo, já que os tripulantes passaram necessidade e tiveram que se alimentar por muito tempo com comidas enlatadas e ao final da aventura, tudo o que eles queriam era uma comida de “verdade” e um bom banho de água doce.
(Redação CicloVivo, 11/04/2011)