Houve vazamento de água das piscinas de armazenamento de combustível da usina nuclear de Onagawa, no Japão, depois que uma forte réplica pós-terremoto sacudiu a região na noite de quinta-feira, mas não houve mudança nos níveis de radiação fora da usina, afirmou a operadora Tohoku Electric Power Co nesta sexta-feira.
A operadora informou que a água fluiu das piscinas de combustível dos reatores 1, 2 e 3, que foram desligados após o terremoto de magnitude 9,0 do dia 11 de março, e também vazou em três outros pontos do complexo do reator 3.
A usina de Onagawa, na cidade de Miyagi, foi desligada automaticamente e mais tarde resfriada com segurança depois de ser atingida por um tsunami no dia do terremoto.
A operadora havia relatado vazamento de água semelhante nas piscinas de combustível usado e em outros locais das instalações após o terremoto do dia 11 de março, mas os engenheiros retiraram a água vazada e terminaram de limpar a área contaminada no dia 31 de março.
A Tohoku Electric disse nesta sexta-feira que duas das três linhas de eletricidade externa de Onagawa -desde o dia 11 no chamado desligamento frio - foram danificadas na noite passada por conta da mais intensa onda de choque até agora.
As operações de resfriamento nas piscinas de combustível usado foram retomadas após serem interrompidas pelo tremor, declarou a operadora, e ainda se pode contar com um gerador de emergência."Detectamos um pequeno aumento nos níveis de radiação dentro dos edifícios do reator, e estamos tentando encontrar o local dos vazamentos", disse um funcionário da Tohoku Electric. "Não vemos mudança nos níveis de radiação fora dos edifícios do reator."
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), citando informações das autoridades japonesas, disse em algumas outras usinas nucleares do país ficaram sem energia após o tremor da noite de quinta-feira, e que o fornecimento de eletricidade de emergência está em operação.
"O epicentro do terremoto foi a 20 km da usina nuclear de Onagawa e aproximadamente 120 km distante das usinas de Fukushima Daiichi e Daini", declarou a operadora. Na usina de Fukushima Daiichi, cuja operadora Tokyo Electric Power Co luta para estabilizar desde o sismo seguido de tsunami de 11 de março, a AIEA disse ter confirmado que não houve mudanças no monitoramente de radiação local após o abalo de quinta-feira.
(Reportagem de Mayumi Negishi, Yoko Nishikawa e Risa Maeda, Reuters, 10/04/2011)