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protocolo de kyoto emissões de gases-estufa plano climático
2011-04-06 | Tatianaf

Os países mais pobres intensificaram a pressão sobre países ricos nas negociações climáticas da ONU nesta terça-feira, exigindo que o principal tratado climático do mundo seja prorrogado a partir de 2013 e que os países industrializados elevem seus compromissos de redução das emissões de carbono.

Se o tratado não for prorrogado, corre-se o risco de jogar por terra as negociações prolongadas e frequentemente tensas sobre maneiras de reduzir as emissões de gases estufa, que aquecem o planeta, e evitar extremos climáticos crescentes e a elevação do nível dos mares.

As negociações em Bangcoc começaram formalmente na terça-feira e representam a primeira sessão importante desde a de dezembro passado em Cancún, que terminou com uma série de acordos para a criação de um fundo climático de US$ 100 bilhões e outras medidas, como um esquema para transferir tecnologia limpa a países mais pobres.

Mas a conferência de Cancún adiou a questão mais complexa do destino do Protocolo de Kyoto, pelo qual quase 40 países industrializados se comprometeram com metas de emissões durante sua primeira fase, entre 2008-2012.

EM BANGCOC
A reunião de Bangcoc, entre 3 e 8 de abril, tem por objetivo ampliar os entendimentos alcançados em Kyoto, mas discussões sobre o futuro do Protocolo de Kyoto correm o risco de prejudicar os avanços.

"É essencial encontrar uma maneira de avançar nesta questão, que é especialmente premente em vista da possibilidade crescente de uma brecha após 2012", disse aos delegados presentes a chefe climática da ONU, Christiana Figueres.

O minúsculo Estado-ilha de Tuvalu, no Pacífico, que corre o risco de ser submerso pela elevação do oceano, exortou a conferência a focar unicamente o futuro do Protocolo de Kyoto, acordado em 1997.

"Estamos preocupados porque estamos andando em círculos, sem fazer progressos. Estamos preocupados porque não temos garantias de que haverá um Protocolo de Kyoto ao término deste ano," disse o delegado de Tuvalu, Ian Fry, na conferência.

Ele segeriu aos países que não apoiam a prorrogação de Kyoto a deixar o recinto, arrancando aplausos.

CONTRA O PROTOCOLO DE KYOTO
Japão, Canadá e Rússia dizem que são contra a prorrogação do pacto a partir de 2013, dizendo que todas as principais nações emissoras devem ser incluídas em um novo e mais amplo acordo legalmente compulsório. Isso inclui os Estados Unidos, que nunca ratificaram o Protocolo de Kyoto e dizem que nunca o farão.

Os países em desenvolvimento dizem que Kyoto é o único instrumento legalmente compulsório e que os países ricos precisam reforçar suas promessas de ajudar o mundo a permanecer abaixo de uma elevação média de dois graus Celsius, promessa acordada pelos países em Cancún.

Sob o tratado de Kyoto, os países em desenvolvimento só precisam tomar medidas voluntárias para frear o aumento das emissões industriais. Eles se opõem com firmeza a comprometer-se com metas e dizem que precisam deixar suas economias crescer, para poderem arrancar milhões de pessoas da pobreza.

A impaciência está crescendo durante as discussões, que começaram no domingo com uma série de workshops informais, com os países mais pobres apontando para o impacto crescente das mudanças climáticas, como tempestades, secas e safras arruinadas.

A conferência de Cancún adiou a decisão sobre Kyoto para uma conferência grande marcada para o final deste ano em Durban, África do Sul. Mas a ONU teme que nessa conferência não seja tomada nenhuma decisão sobre a forma a ser assumida por um novo pacto, o que quase certamente levaria a um intervalo de tempo entre o final da primeira fase de Kyoto, no fim de 2012, e qualquer pacto futuro que venha a ser acordado.

(Folha.com, 05/04/2011)


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