A retirada da primeira das três carcaças de embarcações da Petrosul do Cais Mauá, em Porto Alegre, ocorreu na manhã de sábado. O navio-tanque Pernambuco, com 60 metros de comprimento e 12,5 metros de largura, foi levado por rebocadores até o estaleiro da empresa, no Rio dos Sinos, em Canoas, onde passará por reforma. Já a retirada da Laranjal e da Porteiras deverá acontecer nos próximos dias.
Por sugestão da Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH), as embarcações serão levadas para o cais Marcílio Dias, próximo aos clubes náuticos às margens da avenida Castelo Branco. A operação é resultado de um acordo entre a Petrosul e a SPH. Em virtude da necessidade de liberar a área para as atividades portuárias, a SPH havia solicitado, em fevereiro, a retirada das embarcações do Cais.
"Estas embarcações estão atracadas há mais de 20 anos em uma área portuária que poderia ser usada para atividades comerciais", afirmou o superintendente estadual de Portos e Hidrovias, Vanderlan Vasconcelos.
A Petrosul tem planos de transformar o navio Pernambuco em um graneleiro. Estes navios foram originalmente encomendados no Japão, pela Petrobras, por intermédio da Frota Nacional de Petroleiros (Fronape). Os três fazem parte de uma leva de 21 navios cujo destino era o transporte de petróleo do Oriente Médio ao Brasil.
O projeto desenvolvido apresentou um erro básico, pois as embarcações eram muito pequenas para as necessidades de transporte de óleo. Depois, os navios foram repassados à iniciativa privada. Foi quando a Petrosul adquiriu as embarcações. Na nova função, será possível fazer o transporte de mais de 2 mil toneladas de produtos. Normalmente, as embarcações levam cereal para o porto de Rio Grande e trazem fertilizantes para a região Metropolitana.
Quanto à retirada das duas carcaças de navios paraguaios abandonadas há 20 anos no Porto da Capital, Vasconcelos afirmou que deverá levar, pelo menos, mais dois meses, para a formalização do acordo. Um projeto aprovado pela Assembleia Legislativa, no dia 24 de março, autoriza o Estado a receber os cascos pertencentes ao governo paraguaio mediante a quitação de dívida de R$ 4 milhões.
"Tão logo a gente consiga fazer o acordo com o governo paraguaio, vamos providenciar o leilão", afirmou o superintendente. A operação, segundo ele, não resultará em prejuízos adicionais ao Estado com a venda das chapas de aço para siderúrgicas e estaleiros. Os graneleiros estão ancorados no Porto da Capital desde 1997.
(Correio do Povo, 04/04/2011)