A empresa Tokyo Electric Power (Tepco), que administra a Usina Nuclear de Fukushima Daiichi, no Japão, informou hoje que serão jogadas ao mar mais de 11 mil toneladas de água radioativa que se acumularam nas instalações danificadas. O porta-voz da Tepco, Yukio Edano, afirmou que a água apresenta fracos níveis de radioatividade.
— Nós não tínhamos outra escolha a não ser jogar essa água contaminada no oceano como medida de segurança — afirmou o porta-voz.
Segundo ele, aproximadamente 10 mil toneladas de água acumulada e mais 1,5 mil toneladas que estão nos reatores 5 e 6 serão lançadas no Oceano Pacífico.
A ameaça de contaminação no Japão em decorrência dos vazamentos nucleares preocupa a comunidade internacional. Representantes de vários países se reúnem hoje em Viena, na Áustria, para discutir o assunto.
Os debates, organizados pela Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), irão até o próximo dia 14. A ideia é concentrar as discussões na Convenção sobre Segurança Nuclear, que surgiu em consequência dos acidentes de Chernobyl e da Ilha Three Mile, nos Estados Unidos.
A convenção obriga os países que ratificaram o documento apresentar, a cada três anos, relatórios detalhados sobre a segurança nuclear de suas usinas.
Depois das explosões e vazamentos ocorridos no Japão, em decorrência do terremoto seguido de tsunamis no último dia 11, o governo japonês tem prestado informações com frequência à Aiea.
Japão registra 12.157 mortos e 15.496 desaparecidos
Às vésperas de completar um mês do terremoto, as autoridades japonesas informaram que há o registro de 12.157 mortos e 15.496 desaparecidos. O balanço com os números é atualizado com frequência pelas autoridades. As buscas ainda são mantidas, embora agora tenham entrado em uma etapa menos acelerada do que a anterior.
Ontem foi concluída uma operação, que durou três dias, para buscas de desaparecidos em três províncias. Mais de 25 mil militares do Japão e da União Europeia, em parceria com a polícia, os bombeiros e a guarda costeira japonesa, participaram da ação. Houve ainda o apoio de 120 meios aéreos e mais de 60 embarcações. A operação conseguiu resgatar 78 corpos.
De acordo com os dados da polícia japonesa, cerca de 160 mil pessoas que perderam suas casas nas províncias de Miyagi, Iwate e Fukushima, no Nordeste do Japão, ainda estão em 2,1 mil abrigos temporários. Essas foram as áreas mais afetadas pelo tsunami.
(Zero Hora, 04/04/2011)