O desmatamento avança em 20 municípios de quatro departamentos da Guatemala considerados florestais devido a devastação descontrolada e a deteriorização dos solos, assegura hoje uma reportagem jornalística.
Essa situação ameaça aumentar a pobreza e os desastres ambientais no país, aponta o jornal Prensa Libre ao citar José Miguel Leiva, vice-ministro de Ambiente e ex-diretor de Mecanismo Global contra o Desmatamento da ONU.
O especialista disse que em menos de 10 anos o chamado corredor seco do oriente avançou em 20 municípios para o ocidente antes tradicionalmente arborizados, localizados sete em Quiché, quatro em Huehuetenango, três em Totonicapán e seis em San Marcos.
De acordo com Leiva, a maioria desses territórios afetados abarcam até 80 por cento de pobreza e o problema piora ao degradar-se os solos.
O processo de desmatamento se deve ao desmatamento, os incêndios florestais e a mudança de uso de solo, pois ao desaparecer a cobertura arborizada a terra fértil é lavada pelas chuva e as tormentas, explicou.
Essa situação incide em uma crise alimentar e não é coincidência que muitas das 100 mil famílias guatemaltecas em risco nutricional estejam nessas áreas, segundo a opinião do especialista.
Destacou que um bosque pode ser recuperado, mas o solo é perdido para sempre.
De 1991 a 2003 a Guatemala perdeu anualmente 16,4 milhões de toneladas métricas de terra cultivável, o que piorou em 2009 quando subiu para 149 toneladas métricas, afirma a reportagem.
(Por Camila Carduz, Prensa Latina, 04/04/2011)