O Ministério Público Federal (MPF) investiga o plantio irregular de pinus em zonas próximas aos Parques Nacionais Aparados da Serra e Serra Geral, em Cambará do Sul. A suspeita é de que pelo menos cinco empresas estejam causando danos às unidades federais de conservação, onde estão localizados os cânions do Itaimbezinho e Fortaleza.
A medida é necessária por conta das peculiaridades do plantio em áreas de preservação permanente. A atividade de silvicultura irregular abala todo o ecossistema dos Campos de Cima da Serra. A estimativa é de que mais de cinco mil hectares localizados na zona de amortecimento da reserva são ocupados com plantio de pinus, conforme o chefe da unidade dos Aparados da Serra, Deonir Geolvane Zimmermann.
— Além de alterar toda a paisagem, isso tudo ainda quebra corredores ecológicos, tanto de fauna como de transporte de sementes de espécies vegetais nativas — aponta o chefe da unidade federal.
Conforme a procuradora da república responsável pelo departamento ambiental do MPF em Caxias, Luciana Guarnieri, as empresas estão sendo investigadas por não cumprir as regras estabelecidas pelo plano de manejo, criado em 2004 e regulamentado a partir de 2009.
— Durante muito tempo não se tinha controle algum e havia até incentivo para a plantação. Hoje nós temos de erradicar o pinus nessa área dos parques e zona de exclusão, porque além de nocivo, tem alto poder de contaminação. Basta andar pelos parques para ver como ele se espalha rapidamente — justifica.
(Por Babiana Mugnol, Clic RBS, 01/04/2011)