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mercado de carbono política ambiental na AL
2011-03-29 | Tatianaf

Reportagem realizada em 11 países demonstra que a região possui 831 milhões de hectares que poderiam ser utilizados para a geração de créditos de carbono, mas aponta que a burocracia ainda é o grande entrave para o desenvolvimento de projetos.

Atualmente nenhum país da América Latina possui políticas claras para o mercado voluntário de carbono, poucos apresentam algum tipo de regulamentação e alguns, como a Bolívia e a Venezuela, chegam a ser contrários ao desenvolvimento desse tipo de iniciativa por julgarem que ela é prejudicial para os povos nativos.

Esse cenário fica ainda mais desolador se for observado o imenso potencial da região para receber projetos florestais que visem a obtenção de créditos de carbono. A América Latina possui 831 milhões de hectares que poderiam estar gerando renda para os proprietários que conservassem ou reflorestassem suas terras, isso é mais que o dobro do que qualquer outra região do planeta.

Este é o retrato da situação atual dos créditos florestais na América Latina segundo uma reportagem especial realizada pelo Conselho de Redação da Colômbia (CdR), um grupo de jornalismo investigativo, que contou com o apoio de sete outras instituições, incluindo a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).

Com o título de “Las ataduras de un gigante verde”, a matéria, supervisionada pela jornalista costarriquenha Giannina Segnini, traça um panorama da situação do comércio de carbono florestal no continente e levanta os diversos problemas que enfrenta.

De acordo com a reportagem, apenas 15 projetos florestais estão inscritos no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), isso representa somente 2% do total de projetos da América Latina.

A falta de interesse por esse tipo de iniciativa se deveria principalmente à burocracia e ao excesso de trâmites nas transações de créditos de carbono.

Reclamações
Em entrevista para o CdR, Denilson Cardoso, coordenador da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), explicou que as dificuldades em se lidar com o MDL são muitas, principalmente para os projetos florestais, que são considerados temporários. “A União Européia não compra créditos de carbono florestais justamente por serem temporários, o que faz diminuir a demanda. Por consequência, se não tem demanda os desenvolvedores perdem o interesse de estabelecer novas iniciativas”, disse.

Os projetos florestais são considerados temporários porque existe o risco de que com o término do projeto a floresta venha a ser derrubada. O mesmo não ocorre com iniciativas envolvendo hidroelétricas, por exemplo, que uma vez construídas irão continuamente evitar as emissões de gases do efeito estufa que de outra forma seriam emitidas pelos processos de geração de energia baseados em combustíveis fósseis.

Já no México a principal reclamação é o grande número de projetos que são barrados pelo MDL. A falta de financiamento, informação ou tecnologia faz com que a maioria das iniciativas não passe nem pelas primeiras fases de avaliação. Existem 124 projetos mexicanos registrados no mecanismo, nenhum deles é florestal. Os únicos cinco florestais que tentaram entrar se encontram emperrados na burocracia.

“Os projetos não progridem porque precisam de uma grande quantidade de recursos e da mobilização da entidade ou empresa encarregada pelo seu desenvolvimento”, afirmou Lucrécia Martín, da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Naturais do México.

A burocracia do MDL parece mesmo ser o principal obstáculo na expansão dos projetos florestais. “A flexibilização do mercado voluntário permitiria que projetos de menor envergadura pudessem também ser realizados”, resumiu Raúl Castañeda, coordenador do Escritório nacional de Desenvolvimento Limpo do Ministério do Meio Ambiente e Recursos Naturais da Guatemala.

Hoje existem 1865 projetos registrados no MDL em todo o mundo, desses apenas 0.58% são florestais.

A matéria “Os laços de um gigante verde” é o primeiro produto de uma nova série de reportagens de investigação liderada por jornalistas latino-americanos. Para o CdR, o projeto visa “unir a vontade de diversas organizações de jornalistas independentes de trabalharem juntas com projetos coletivos de jornalismo investigativo na região, além de facilitar os contatos entre jornalistas de diferentes países, contribuindo para o desenvolvimento do trabalho de cada um deles".

(Por Fabiano Ávila, Carbono Brasil, Envolverde, 29/03/2011)


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