APrefeitura de Porto Alegre anunciou ontem o cadastramento de um novo projeto de metrô. O objetivo do executivo é conquistar recursos da União, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Mobilidade Urbana. As propostas selecionadas serão conhecidas até 12 de junho e os beneficiados terão até oito meses para a apresentação do projeto básico. A expectativa do município, caso o projeto seja contemplado, é que as obras iniciem no final de 2012 e sejam concluídas após quatro ou cinco anos.
O projeto executivo do metrô, apresentado ontem pelo prefeito José Fortunati a lideranças políticas e empresariais gaúchas, no Paço Municipal, prevê duas fases. A primeira, que tentará obter os recursos do PAC da Mobilidade, compreende o trajeto que, partindo da avenida Assis Brasil (Estação Fiergs), seguiria pelas avenidas Brasiliano Índio de Moraes, Benjamin Constant, Cairú e Borges de Medeiros (Estação Rua da Praia), em uma extensão de, aproximadamente, 14 quilômetros. Ao todo, haveria 13 estações - algumas de integração multimodal, com possibilidade de combinar ônibus e metrô. A futura fase 2, com 10,92 quilômetros, iria da avenida Borges de Medeiros até a avenida Bento Gonçalves, na altura da avenida Antônio de Carvalho.
Entre a Fiergs e o Centro, a demanda estimada para o novo meio de locomoção seria de 300 mil passageiros/dia e a sua capacidade, de até 40 mil passageiros/hora/sentido. Cada um dos 25 trens poderia deslocar 1.080 passageiros. Os veículos atingiriam uma velocidade de, aproximadamente, 35 km/h e o intervalo entre as partidas poderia variar de 90 a 180 segundos. A proposta inicial é de que o metrô seja subterrâneo do tipo "Cut and Cover", método de construção de túneis rasos com abertura de trincheiras. No entanto, para diminuir os custos da obra, há a opção pela construção por elevada.
A primeira etapa do projeto está orçada em R$ 2,4 bilhões, com contrapartidas do município e do Estado. A concessão de isenções de ICMS e ISS pelos governos estadual e municipal está prevista na composição financeira do projeto. O secretário do Planejamento, Gestão e Participação Cidadã do Estado, João Motta, disse que o governo se compromete com isenções de ICMS no valor de R$ 250 milhões, que compreenderão as obras e a compra de matéria-prima junto a fornecedores gaúchos. Segundo ele, a ideia é incentivar a produção e a economia local, com geração de emprego e renda no Rio Grande do Sul. "O governo do Estado tem sido parceiro para viabilizar o metrô e tornar realidade um sonho da população", afirmou.
Os presidentes da Câmara dos Deputados, Marco Maia, da Assembleia Legislativa, Adão Villaverde, e da Câmara de Vereadores, Sofia Cavedon, enfatizaram a afluência política que se fez necessária para tornar possível o projeto do metrô em Porto Alegre. "Sem essa união seria difícil viabilizarmos o projeto. Foi uma convergência importante", considerou Maia.
OS NÚMEROS
Velocidade média: 35 Km/h
Intervalos entre as partidas: 90, 120 e 180 segundos
Capacidade de cada veículo (composto de quatro carros): 1.080 passageiros
Capacidade do sistema: 40 mil passageiros/hora/sentido (trecho de maior carregamento)
Composição Financeira:
Total do empreendimento: R$ 2,46 bilhões
Isenção Estadual de ICMS: R$ 250 milhões
Isenção Municipal de ISS: R$ 22 milhões
Valor do Investimento: R$ 2,20 bilhões
Contraprestação do Município: R$ 300 milhões
Financiamento Privado: R$ 323,54 milhões
Valor de repasses do Orçamento-Geral da União: R$ 1,58 bilhão
Fonte: Prefeitura Municipal
(Correio do Povo, 29/03/2011)