A produção descontrolada de lixo é uma ameaça ao meio ambiente, e as empresas estão investindo para aumentar o volume de material reciclado no país. No Rio Grande do Sul não é diferente. Com o Programa Reciclar, só o Banrisul conseguiu evitar a derrubada de 64 mil árvores, desde que a ação foi implementada em 2001.
Nesse período, pelo menos 4 mil toneladas de papel foram encaminhadas para reciclagem. Outras 37 mil lâmpadas fluorescentes e 4 mil toneladas de pilhas tiveram o mesmo destino. Num primeiro momento, os funcionários engajados contribuíram com a iniciativa. Depois, ela foi ampliada às comunidades no entorno das agências do banco.
A ação resultou em menor impacto ambiental e também na geração de emprego e renda a terceiros, geralmente associações de reciclagem, catadores e ONGs com atuação na área, avalia uma das coordenadoras do programa, Marta Neves. Os funcionários da instituição tiveram papel decisivo na execução do programa e foram incentivados a isso por meio de palestras.
Segundo Marta, a ação alcançou uma dimensão social tão grande que a instituição decidiu torná-la um instrumento de geração de emprego e renda para comunidades de recicladores. "Deu tão certo que hoje são 3 mil beneficiados com o programa, estabelecemos uma rede de parceiros, além de promovermos uma integração interna. O resultado de tudo isso foi o consumo mais consciente com impacto positivo ao meio ambiente", destaca.
O investimento no Programa Reciclar Banrisul é destinado à produção de material de divulgação e de peças teatrais, à participação em eventos e à promoção de atividades internas. A receita que resultou das estratégias implantadas, como a venda de papel inservível e de sucatas, reutilização de cartuchos de toners e orientação racional ao uso de insumos de limpeza é seis vezes maior do que o investimento feito até os dias atuais, o que garante a autossustentação financeira da ação, disse Marta. O gerenciamento dos resíduos, seja pela adequação do consumo, reaproveitamento e venda, gerou uma economia ao banco no período equivalente a R$ 4 milhões.
Para este ano, estão previstas algumas ações de ampliação do programa, como a expansão da Feira do Desapego, onde as pessoas podem trocar produtos em bom estado de conservação, mas que não são mais necessários, por outros, por exemplo. Também faz parte da meta para o ano a ampliação dos coletores de pilhas nas agências da instituição em todo Estado, além da intensificação de palestras e oficinas na rede escolar pública.
A atividade comemorativa aos dez anos do programa, prevista para ocorrer ontem, foi cancelada devido à chuva. A atividade se realizaria no Jardim Botânico, mas foi transferida para o segundo semestre, em data a ser definida pelos coordenadores do programa. "Realmente a chuva atrapalhou, mas vamos realizá-la em outra data, pois é uma forma de mobilizarmos a sociedade civil para um tema tão importante como a preservação ambiental", diz Marta, acrescentando que por meio da conscientização de pequenos atos é que se educa.
Os resultados:
- 4 mil toneladas de papel enviadas para reciclagem, o equivalendo a 64 mil árvores poupadas;
- mais de 3 mil beneficiados com o programa, entre ONGs, associações de recicladores, Apaes e escolas;
- 37 mil lâmpadas fluorescentes destinadas à Brasil Recicle/SC;
- 4 mil toneladas de pilhas destinadas para reciclagem às empresas e aos representantes autorizados.
(Banrisul, Correio do Povo, 28/03/2011)