Primeiros protestos em Tóquio e Nagoya pedem o encerramento de todas as centrais nucleares no Japão. Os manifestantes pediram ao governo que mude de política e adote fontes de energia renováveis em vez da energia nuclear. Exigiram também que seja divulgada mais informação sobre o acidente nuclear e que se assumam mais responsabilidades por aquilo que aconteceu desde o sismo e o tsunami que abalaram o país a 11 de Março. Nas quatro maiores cidades da Alemanha, mais de 200 mil pessoas foram às ruas protestar contra o uso da energia nuclear.
Mais de mil pessoas protestaram este domingo em Tóquio, em frente à sede da Tepco (Tokyo Electric Power Company), empresa que opera a central nuclear de Fukushima, e em Nagoya, pedindo o encerramento de todas as centrais nucleares no Japão.
Os manifestantes pediram ao governo que mude de política e adote fontes de energia renováveis em vez da energia nuclear. Exigiram também que seja divulgada mais informação sobre o acidente nuclear e que se assumam mais responsabilidades por aquilo que aconteceu desde o sismo e o tsunami que abalaram o país a 11 de Março.
Em Nagoya, 300 pessoas juntaram-se para dizer que não querem outra Fukushima, pedindo o encerramento da central de Hamaoka, situada a 120 quilômetros de Nagoya, costa sul da ilha de Honshu.
“O Japão mentiu sempre sobre os méritos das centrais nucleares”, salientou, à agência AFP, Atsuchi Fujuki, vindo de Tóquio, dizendo-se “triste e decepcionado”.
Hoje, uma sondagem da agência de notícias Kyodo, revelou que mais de 58% dos japoneses não aprovam a forma como o governo está lidando com a crise nuclear.
Os planos para construir novas centrais nucleares no Japão estão suspensos desde a catástrofe, há mais de duas semanas. Muitas centrais ainda não retomaram o seu funcionamento.
Protestos na Alemanha
Nas quatro maiores cidades da Alemanha, mais de 200 mil pessoas foram às ruas neste sábado para protestar contra o uso da energia nuclear. Nas manifestações realizadas em Berlim, Hamburgo, Munique e Colônia, os manifestantes exigiram a desativação imediata de todos os reatores nucleares do país. Os protestos foram realizados sob o lema: "Fukushima adverte: chega de centrais nucleares".
Em Berlim, estiveram cerca de 90 mil pessoas na manifestação. Entre as organizações alemãs que chamaram à acção estão a iniciativa antinuclear Ausgestrahlt, a organização de protecção ao meio ambiente Bund, as redes Attac e Compact, informa a Deutsche Welle. Os protestos também foram apoiados pelas Igrejas Católica e Evangélica, por sindicatos, artistas como a banda Wir sind Helden, além de políticos da oposição.
Os manifestantes exigem que o governo alemão deixe de representar os interesses das empresas de energia nuclear para "ouvir a população, que não está mais disposta a assumir os riscos da energia atômica".
Reviravolta de Merkel
Há seis meses, a chanceler Angela Merkel anunciava que iria estender mais alguns anos a vida das centrais nucleares alemãs, que, segundo um compromisso feito pelo governo SPD-Verdes (1998-2005), iriam ser desativadas até 2020. Depois do desastre de Fukushima, a chefe do governo alemão anunciou o encerramento imediato – embora sublinhasse que era uma medida temporária – de sete reatores nucleares entre os 17 do país.
A reviravolta de Merkel não teve na opinião pública o efeito que esta esperava. Segundo uma sondagem, 71% dos alemães acham que ela foi "oportunista" por causa das eleições.
(Esquerda.Net, Envolverde/Carta Maior, 28/03/2011)