A afirmação foi feita pelo secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do MCT, Carlos Nobre, no seminário Clima para Você, no Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em Brasília.
Embora as inundações ocorram com mais frequência, os deslizamentos são a principal causa das mortes, correspondendo a 60%. “De 2008 a 2011, cerca de 2.500 pessoas morreram devido a deslizamentos de terra. As inundações estão em segundo lugar como responsáveis pelas mortes e as descargas elétricas em terceiro”, disse Nobre.
O seminário foi em comemoração ao Dia Meteorológico Mundial e reuniu representantes de atividades relacionadas à meteorologia, aquecimento global e mudanças climáticas. O evento provocou uma reflexão da relação homem, natureza e clima.
Nobre, que também é presidente da Comissão de Coordenação das Atividades de Meteorologia, Climatologia e Hidrologia (CMCH), mostrou os riscos do efeito estufa e das mudanças climáticas. Ele explicou que alguns “limites climáticos perigosos”, se ultrapassados, causam colapso de subsistemas, como morte de corais, perda de gelo, extinção de espécies e esgotamento da floresta amazônica.
De acordo com o especialista, o aumento das ondas de calor é um problema para as próximas gerações, que ainda podem sofrer com inundações, ventos, epidemias relacionadas à água, deslizamento de terra, seca, ressaca costeira e transtornos na agricultura.
Nobre explicou como funcionará o Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, previsto para funcionar até o final deste ano em Cachoeira Paulista (SP). O desafio, segundo ele, é converter alertas meteorológicos em alerta de desastres. “Nosso objetivo é ser um País que tenha a maioria das vidas salvas dos eventos e desastres naturais”.
A ideia é reunir, no centro, meteorologistas, hidrólogos, geólogos e especialistas em defesa civil. “O Centro será multi-institucional e abrigará o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)], Inmet, Ministério das Cidades, IBGE, a Defesa Civil, Agência Nacional de Águas (ANA), Embrapa e Aeronáutica”, explicou.
Hoje, as ações do governo federal estão focadas no levantamento das áreas de risco, integração das informações meteorológicas e cruzamento de informações para estabelecer parâmetros de chuva intensa, água do solo e riscos de deslizamentos geológicos.
(Ascom do MCT, EcoDebate, 25/03/2011)