O ator e ex-governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, se juntou ao diretor James Cameron na luta contra a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. Na abertura do Fórum Mundial de Sustentabilidade, que acontece em Manaus até sábado, Schwarzenegger afirmou que a água é uma fonte "fantástica" de energia, mas que "a construção de barragens, com o consequente desalojamento de pessoas e animais, não é sustentável".
O ex-governador defendeu o uso de energias alternativas como solar e eólica e afirmou que o Brasil tem muito a aprender com a Califórnia. "Estamos construindo o maior painel solar do mundo na Califórnia."
Na quarta-feira, antes do início do evento, Schwarzenegger acompanhou Cameron em uma visita a comunidades indígenas no Pará, localizadas no entorno das obras da usina. "Ninguém pode vir até Manaus e não visitar a floresta, foi um dia muito inspirador. Aqui em Manaus você pode sentir o poder da natureza que nos circunda."
Segundo o ex-governador americano, para conseguir promover mudanças no campo ambiental, é preciso mudar o discurso de "medo" e "culpa" com relação ao meio ambiente, com discursos científicos catastróficos sobre mudanças climáticas ou de responsabilização de pessoas que usam carro ou sacolas de plástico. "A mudança virá da base da sociedade, e as pessoas precisam se envolver emocionalmente, precisamos fazer com que 'agir verde' seja sexy."
Cameron elogiou o ex-presidente Lula e a presidente Dilma, mas criticou a falta de políticas a favor de energias renováveis. "Vocês aqui têm muito sol, mas apenas 1% da matriz energética vem do sol ou do vento. Na Alemanha, que depende muito de carvão e tem bem menos sol do que o Brasil, obtém até 20% da sua energia do sol e do vento. Vocês também podem fazer isso."
ETANOL
Schwarzenegger elogiou o programa brasileiro de etanol e como o país conseguiu reduzir a dependência em relação ao petróleo. "Vocês são inteligentes ao produzir etanol de cana-de-açúcar. Mais do que a gente usando milho. Espero que vocês consigam exportar etanol para os EUA, isso vai nos ajudar imensamente."
(Folha.com, 24/03/2011)