O projeto da BR 448 - a Rodovia do Parque - prevê o plantio de pelo menos 73 mil mudas de árvores. O total é proporcional ao número que necessita ser retirado ou transferido para outra área a fim de que a estrada possa ser construída. Algumas espécies no caminho da rodovia são protegidas por lei e não podem ser cortadas, como figueiras e corticeiras-do-banhado.
Ontem, 29 espécies foram transferidas das proximidades do Rio dos Sinos, em Esteio. "O procedimento é feito com a retirada com raiz e a árvore é reimplantada em um local bem semelhante. Até agora, conseguimos que todas as árvores replantadas sobrevivessem", disse a engenheira florestal Silvia Aurélio, da equipe de supervisão ambiental da Rodovia do Parque. Na eventualidade de alguma árvore morrer, explica a engenheira, terá que ser replantado um número até 15 vezes maior.
No trecho de 22,3 quilômetros do projeto da BR 448, outras 100 árvores devem ser removidas. "Temos espécies como o butiá e o jerivá, ameaçados de extinção, que também precisam de tratamento especial. A preservação das árvores ajuda na fixação da água da chuva e reduz o transporte de sedimentos para o rio, melhorando a retenção de umidade e o ciclo hidrológico do local", esclarece Sílvia. A BR 448, que ficará 6 metros acima do nível do Rio dos Sinos, também servirá para represar suas águas. A entrega da estrada está prevista para o final de 2012, conforme o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
(Correio do Povo, 23/03/2011)