A área cultivada com transgênicos no Brasil deve triplicar na próxima década, alcançando 72 milhões de hectares na safra 2019/20. A soja, assim como hoje, continuará sendo a principal cultura transgênica cultivada no país.
Esta é a conclusão do estudo “Benefícios Econômicos e Socioambientais da adoção de Biotecnologia Agrícola no Brasil” realizado pela empresa de consultoria Céleres e divulgado hoje (22/03) em São Paulo. De acordo com o estudo, em 2019 a área cultivada com soja somará 31,2 milhões de hectares, a de milho, será de 16,9 milhões de hectares, enquanto a de algodão deve alcançar 2,4 milhões de hectares.
“No Brasil a adoção de biotecnologia foi muito rápida e hoje já temos a segunda maior área transgênica do mundo, atrás somente dos Estados Unidos”, avalia Anderson Galvão, agrônomo da Céleres. O exemplo que melhor ilustra essa evolução é o milho transgênico, que apenas em três anos responde por 57% da área cultivada no País.
Para Narciso Barison Neto, presidente da Abrasem – Associação Brasileira de Sementes e Mudas, a semente é hoje um dos principais vetores de transferência de tecnologia para a agricultura. O estudo da Céleres, que em seu quarto levantamento ouviu 396 agricultores de pequeno, médio e grande porte, instalados em diversas regiões do Brasil, constatou ainda que, entre as vantagens socioambientais do uso da biotecnologia, estão a redução do uso da água, do uso de óleo diesel e da emissão de gás carbônico.
Na safra 2009/10 as lavouras transgênicas possibilitaram a redução de 16,2 bilhões de litros de água, de 134 milhões de litros de óleo diesel. Além disso, cerca de 357 mil toneladas de CO2 deixaram de ser emitidas.
Para a safra 2019/20 estatísticas apontam para uma redução de emissão de 3 milhões de toneladas de CO2, economia de 1,11 bilhão de óleo diesel e de 134 bilhões de litros de água. Na próxima década novas variedades de soja e de milho serão disponibilizadas no mercado nacional, bem como variedades de feijão resistente a vírus e arroz resistente a insetos, estas duas últimas desenvolvidas pela Embrapa.
(Globo Rural, 23/03/2011)