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desperdício de água escassez de água dia mundial da água
2011-03-22 | Tatianaf

Longos banhos, torneira aberta enquanto se escova os dentes, água varrendo folhas das calçadas, regar jardins. São muitas e comuns, as formas de se desperdiçar água. O consumo per capta do líquido em Natal subiu nos últimos anos. Em 2009, de acordo com um levantamento da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern), o consumo era cinco vezes maior do que a média indicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O ideal é que sejam consumidos 40 litros diários por habitante. Hoje, cada cidadão natalense consome, em média, 7,5 vezes a mais que o recomendado.

De acordo com a Companhia, os bairros que abrangem a Regional Natal Sul (zonas Sul, Leste e Oeste), os moradores consomem até 250 litros por dia. Na  z. Norte, Felipe Camarão, Bom Pastor e Planalto o desperdício é ainda maior, chegando aos 300 litros dia/pessoa. Em um ano, somente um morador da z. Norte, por exemplo, utiliza 109.500 litros de água. Medidas simples como a redução no tempo do banho, desligar a torneira enquanto se escovam os dentes e não utilizar a mangueira como vassoura diminuiriam as estatísticas de desperdício.

Contribuindo para o aumento da perda de água, existem os vazamentos e ligações clandestinas. De acordo com o diretor-presidente da Caern, Walter Gasi, o desperdício  equivale a 50% do que chega às torneiras diariamente. “A Caern produz mensalmente cerca de 8 milhões de metros cúbicos de água em Natal. O desperdício registrado é de aproximadamente 50% (o mesmo índice registrado por Companhias de Saneamento de todo o país), provocado por vazamentos na rede de distribuição e ramais, desvio fraudulento e consumo exagerado nas áreas não medidas (sem hidrômetros)”, explica.

Visando reduzir e educar a população, a Companhia iniciou a instalação de medidores de consumo, os hidrômetros. O objetivo, até o final de 2012, é que sejam colocados em funcionamento cerca de 72 mil aparelhos. Com os hidrômetros, os consumidores pagarão o que exceder a taxa mínima de consumo. Sendo esta uma das formas de evitar o desperdício, pois refletirá no bolso do cidadão.

A Caern cobra, hoje, uma das tarifas mais baratas em todo o país para garantir o fornecimento de água. A população comprovadamente carente paga cerca de R$ 0,04 por cada 100 litros.  Já o consumidor residencial paga taxas que variam de R$ 0,14 a R$ 0,22 pela mesma quantidade. Mas nem todos efetuam o pagamento das contas. De acordo com levantamento da empresa, existem 130 mil clientes devedores e que permanecem usufruindo do serviço.

Para diminuir as perdas durante o processo de abastecimento das residências, condomínios e prédios comerciais, a Caern iniciou a troca de parte da tubulação. Os investimentos, porém, são insuficientes conforme aponta Walter Gasi. “Natal possui cerca de 140 quilômetros de tubulação de cimento amianto, que é antiga e provoca vazamentos. Para trocar toda a rede antiga de Natal são necessários R$ 40 milhões”.

Níveis de nitrato na água está caindo, mas ainda preocupam

De acordo com a Companhia, somente três bairros de Natal estão com um índice de nitrato acima do recomendado pelo Ministério da Saúde. Gramoré e Pajuçara, na z. Norte, e Felipe Camarão, na z. Oeste, apresentam concentração de nitrato de, no mínimo, 10 miligramas por litro.  Para controlar o índice, a Caern colocou em operação a Adutora do Rio Doce. A Companhia espera que até o final do primeiro semestre, os cinco poços estejam em funcionamento e o problema do nitrato completamente sanado na região.

Já em Felipe Camarão, a Prefeitura está construindo uma subadutora.  O índice de nitrato na água do bairro só será reduzido, porém, quando iniciarem as operações da subadutora.

Uma outra medida adotada pela Caern para reduzir os índices nos demais bairros da capital, foi injetar água das adutoras na tubulação.  “Além de garantir o acesso ao líquido para toda a cidade, conseguimos diminuir o teor de nitrato. Antes mais de 20 bairros tinham nitrato acima do permitido. Hoje são apenas três e com índices cada vez mais baixos”, analisa Walter Gasi.

(Por Ricardo Araújo, Tribuna do Norte, 22/03/2011)


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