No trecho do Rio dos Sinos, que banha Canoas e Nova Santa Rita, a beleza da paisagem contrasta com o cheiro forte de esgoto. A vala da Curitiba, em Canoas, que recebe todo o esgoto do bairro Mathias Velho, desemboca diretamente no rio, o que deixa uma coloração escura na água. No lado de Nova Santa Rita, o lixo doméstico está presente. Canos vindos das casas construídas nas margens das águas também são visíveis.
Estudo
A previsão é que em agosto Canoas inicie processo licitatório para a realização de estudo municipal de saneamento. O secretário de Meio Ambiente da cidade, Celso Barônio, estima que até o final do ano este estudo seja concluído.
Desafio dos municípios é fazer o tratamento
Segundo o secretário de Meio Ambiente de Canoas, Celso Barônio, apenas 6,72% do esgoto de Canoas recebe tratamento. Ele informa que a prefeitura trabalha uma série de ações para que, em até cinco anos, consiga tratar 50% do esgoto da cidade. "Hoje não dá para negar que parte disso acaba indo para o rio." Do outro lado do Rio dos Sinos, em Nova Santa Rita, o desafio da prefeitura também é o esgoto doméstico. O prefeito Francisco Brandão acredita que o impacto das indústrias seja bastante isolado e que o maior problema vem das residências. Ações de limpeza das margens são feitas, além de atividades de conscientização nas escolas.
Em busca de novos peixes
Na Prainha do Paquetá, por onde também passa o Sinos, muitos pescadores não conseguem mais sobreviver da atividade. Eles buscavam um ponto onde ainda tenha peixe. "Em dois dias pegamos só 20 quilos. Lá (na Prainha) também está sem peixe", revela Miro de Oliveira Lopes, que pescava com o irmão, Valdemar.
(Por Gabriel Munhoz, Jornal VS, 21/03/2011)