A maior obra de drenagem de Porto Alegre das últimas três décadas, o Conduto Álvaro Chaves-Goethe, completará três anos de implantação amanhã. Os trabalhos começaram no dia 2 de maio de 2005 e foram concluídos com quase um ano de atraso. Foram 15 mil metros de canalizações que acabaram com alagamentos em locais críticos como a avenida Goethe, beneficiando aproximadamente 120 mil moradores dos bairros Moinhos de Vento, Auxiliadora, Mont''Serrat, Rio Branco, Bela Vista e Higienópolis.
Indiretamente, o conduto é uma canalização que corre paralela ao Canal Tamandaré e diminuiu a quantidade de água que era encaminhada para esse canal, melhorando sua capacidade de drenagem.
A obra do Conduto também influenciou na drenagem das regiões baixas dos bairros São Geraldo, Floresta e Navegantes, pois o Canal Tamandaré ficou restrito à drenagem dessas áreas, com capacidade compatível ao escoamento ali gerado.
Na rua Coronel Bordini localiza-se a maior galeria do conduto, com 7,5 metros de largura por 2,5 metros de altura (de um meio-fio ao outro da rua). Para a execução dessa galeria, o Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) da prefeitura fez uma escavação de 8,8 metros de profundidade, equivalente a um prédio de 2,5 andares.
Quem viveu o antes e o depois relembra os transtornos, mas comemora os resultados da obra. Gerente de uma ótica na Coronel Bordini, Salete Bonetti trabalha no local há 5 anos e citou as dificuldades: "O movimento caiu demais, pois a maioria dos nosso público vinha de carro. Quando tudo parecia estar pronto, lembro que teve um novo problema que atrasou a conclusão. O movimento demorou para voltar ao normal. Felizmente sobrevivemos ao período".
Para quem reside na Bordini, o período de escavações e o convívio foram difíceis. "O barulho e a poeira eram insuportáveis. Acho que atrapalhou também o comércio, mas eles podiam ir embora no fim do dia", disse Sônia Cardoso, há 30 anos na Bordini.
Gerente de uma padaria na rua Doutor Timóteo, próximo à avenida Cristovão Colombo, Neri Emmer constatou que os alagamentos agora são parte do passado. "Quando chovia era impossível atravessar a rua e os carros não conseguiam chegar. Faltava pouco para a água não invadir a padaria. Durante os trabalhos do conduto, o pior era nos finais de semana, pois perdíamos o público que trabalha nos escritórios", contou Emmer.
(Correio do Povo, 17/03/2011)