A empresa estatal de energia elétrica da França EDF, maior produtora de energia nuclear do mundo, afirmou nesta quarta-feira que o setor é uma fonte formidável de energia que vai sobreviver à crise vivida pelo Japão.
O presidente-executivo da EDF, grupo que opera 58 reatores nucleares na França, Henri Proglio, comparou a atividade da empresa com as viagens aéreas quando perguntando pela emissora de rádio francesa RTL se a ameaça de vazamento radioativo das usinas atingidas pelo terremoto no Japão representa um fracasso da indústria atômica.
"Esta é uma situação difícil para uma indústria, qualquer que seja a indústria. Mas nem todo acidente de avião se transforma em uma questão para toda a indústria", disse o presidente da companhia.
Proglio, falando pela primeira vez desde o terremoto de sexta-feira no Japão, informou que a EDF está pronta para enviar equipes técnicas e de apoio para ajudar o país asiático a enfrentar o pior acidente nuclear desde Chernobyl em 1986.
O executivo disse que a decisão da Alemanha de fechar sete usinas nucleares antigas foi "puramente política".
Em contraste com a Alemanha, onde a chanceler Angela Merkel anunciou a suspensão de sua política de energia nuclear, a França sinalizou que não vai tirar da tomada sua indústria, uma das principais exportadoras do país.
Na terça-feira, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, elogiou a segurança da tecnologia nuclear francesa durante um encontro de líderes de seu partido UMP.
Nesta quarta-feira, o ministro da Energia, Eric Besson, informou que a França somente vai vender reatores nucleares de próxima geração construídos pela empresa estatal Areva.
(Reuters/Brasil Online, O Globo, 17/03/2011)