Embora a crise nuclear japonesa tenha levado países como Suíça, Alemanha e Índia a reverem suas políticas para usinas atômicas, os Estados Unidos e a Rússia - as duas maiores potências do setor - anunciaram a manutenção de suas políticas atuais. A Casa Branca informou que o presidente americano, Barack Obama, permanece comprometido em manter a energia nuclear como uma das fontes do país. O senador Joe Lieberman, que preside a comissão de Segurança Interna do Senado americano, declarou no domingo que o desastre japonês deveria fazer os EUA frearem a expansão das suas usinas nucleares até que o impacto do acidente seja determinado com clareza.
Na Rússia, o primeiro-ministro, Vladimir Putin, afirmou nesta segunda-feira que o problema em Fukushima não fará o país não mudar os seus ambiciosos planos de construir dezenas de usinas nucleares nas próximas décadas. Putin, que conversou sobre o acidente com o presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, e o premier japonês, Naoto Kan, declarou que especialistas russos estão monitorando a situação:
- Com base nos dados que temos, não vemos uma ameaça global.
O acidente no complexo nuclear de Fukushima, ao norte de Tóquio , pode dar novo combustível aos que se opõem à expansão nuclear na Europa.
A ministra de Energia suíça, Doris Leuthard, suspendeu o processo de aprovação de três estações nucleares para que os padrões de segurança possam ser revistos após a crise no Japão. Já a chanceler alemã, Angela Merkel, disse que o plano aprovado no ano passado para expandir a vida das 17 usinas do país será suspenso por três meses.
A Taipower, estatal de Taiwan, também informou que estava analisando planos para reduzir a produção de energia nuclear.
Opositores da energia nuclear veem a crise nipônica como o momento ideal para se discutir a adoção da energia verde a fim de garantir uma alternativa mais segura.
- A indústria de energia nuclear deve se retrair por causa do acidente no Japão - disse um executivo da Korea Electric Power Corp., empresa estatal sul-coreana que atua no setor atômico.
(O Globo, Agências internacionais, 15/03/2011)