Independentemente daquilo que o Governo japonês diz, a crise nuclear em Fukushima “continua a ser uma corrida contra o tempo”, descontrolada, considera a Greenpeace. A organização critica a falta de transparência das autoridades.
“O nosso coração está com o povo japonês”, diz Jan Beranek, responsável pela campanha contra o nuclear na organização ecologista internacional.
O país encontra-se numa situação “horrível. Em vez de ser capaz de investir todo o seu tempo e recursos nas operações de resgate e apoio às populações, tem de lidar com a crise causada pelos riscos inerentes da energia nuclear”, comentou em comunicado.
Para a Greenpeace, “a situação ainda não está controlada. Isso é claro” e lembra a libertação de radiação em alguns reactores de Fukushima.
“A Greenpeace está preocupada com a falta de factos e de transparência sobre a quantidade total de radiação que já foi libertada, o estado exacto do arrefecimento nos reactores e sobre os contentores com resíduos radioactivos”, acrescentou. “Pedimos ao Japão para partilhar imediatamente esta informação com o público.”
Jan Beranek considera que “os reactores nucleares são uma fonte de energia suja e perigosa e serão sempre vulneráveis à combinação potencialmente mortífera de erro humano, falha técnica e desastres naturais”.
Por isso, a organização pede ao faseamento progressivo dos reactores em funcionamento no mundo e a não autorização de novos reactores nucleares. “Em vez disso, os Governos deviam investir em energias renováveis que são amigas do Ambiente e seguras”.
(Greenpeace, 15/03/2011)