O metrô de Porto Alegre não deve ter maiores dificuldades para se enquadrar nas exigências para captar recursos dentro do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) da Mobilidade. O ministro das Cidades, Mário Negromonte, que esteve ontem na Capital gaúcha, chegou a declarar que o empreendimento "está garantido". Ele afirma que o governo federal será receptivo a viabilizar projetos de até R$ 2,4 bilhões.
O valor da obra do metrô é estimado atualmente entre R$ 2,1 bilhões a R$ 2,4 bilhões. O prefeito José Fortunati relata que a proposta encontra-se na fase final de elaboração da modelagem financeira e do trajeto que será sugerido.
Até o dia 3 de abril, a prefeitura apresentará o planejamento para obter os benefícios do PAC da Mobilidade. O mecanismo prevê o repasse de recursos para melhorar a infraestrutura de transporte público coletivo das grandes cidades e regiões metropolitanas.
No momento, estão sendo analisadas três opções para o metrô porto-alegrense, levando em conta estudos técnicos feitos em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O que está confirmado é que a linha passará pelo Centro Histórico e seguirá em direção à zona Norte, percorrendo, de modo subterrâneo, grandes avenidas como a Farrapos e a Assis Brasil. A extensão do percurso, em um primeiro momento, deverá ser de aproximadamente 15 quilômetros.
Uma das questões que está aberta a discussões ainda é se será implementada uma ligação entre o terminal Triângulo, localizado na avenida Assis Brasil, até a Fiergs, ou entre a estação Central, próxima ao Mercado Público, até a Azenha. Fortunati explica que será adotada uma ou outra alternativa, pois ambas ultrapassariam os valores previstos no PAC da Mobilidade. Também está sendo debatida a possibilidade de isenções de ICMS e ISS para viabilizar a iniciativa.
Fortunati e Negromonte visitaram ontem obras do Projeto Integrado Socioambiental (Pisa). Com o empreendimento, a capacidade de tratamento de esgotos em Porto Alegre passará de 27% para 77%. A ação, que conta com recursos do governo federal, deve absorver um investimento de R$ 586 milhões, informa o diretor-geral do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), Flávio Presser. Ele relata que em torno de 70% do projeto, iniciado em 2006, já foi realizado e em 2012 o Pisa deverá ser finalizado.
Além desses eventos, Negromonte participou de encontro com integrantes da bancada federal gaúcha e reunião do Conselho da Trensurb. O dirigente também aproveitou sua passagem pelo Rio Grande do Sul para cobrar agilidade em obras relativas à Copa do Mundo de futebol de 2014. "Eu diria que tem que colocar gasolina azul e correr mais", avisou o ministro.
A deputada federal Manuela D'Ávila (PcdoB) disse que o ministro ficou sensibilizado com o projeto, cujo bom planejamento atende aos critérios do governo federal. Ela avalia como positiva a apresentação a Negromonte que, depois da ministra do Planejamento, Mirian Belchior, é a segunda pessoa mais importante na escolha das cidades que receberão verbas do PAC da Mobilidade.
(JC-RS, 15/03/2011)