No decorrer de todo este mês, quem trafegar pela BR-290, no sentido Porto Alegre-Santana do Livramento, poderá cruzar por carretas gigantes transportando toneladas de equipamentos para o complexo eólico Cerro Chato, que está sendo construído naquele município da fronteira.
Calcula-se que 60 carretas, de 12 a 40 metros de comprimento e de até 5 metros de largura, farão 2.295 viagens até a fronteira do Rio Grande do Sul. Os veículos estarão carregando em média 25 toneladas de materiais e irão rodar apenas durante o dia, respeitando a velocidade de 40 quilômetros por hora. A maioria terá batedores (escolta privada) e alguns serão acompanhados pela polícia rodoviária.
Os equipamentos são de diferentes locais: os geradores, as pás e demais peças foram fabricadas na Alemanha e trazidas ao país de navio. Os geradores foram montados em Sorocaba/SP pela fabricante Wobben, sócia do empreendimento, e as pás estão armazenadas no porto de Rio Grande. As torres de concreto estão sendo fabricadas em Gravataí e os segmentos metálicos que compõem parte das torres, em Erechim.
Segundo o engenheiro Franklim Lago, coordenador da implantação do complexo eólico Cerro Chato, a montagem das torres deve começar na 1ª quinzena de março.
O empreendimento será formado por três parques eólicos, cada um com 15 aerogeradores, capazes de gerar 30 megawatts de energia, totalizando 90MW.
A conclusão dos parques está prevista para final de 2011 ou início de 2012, com contratos válidos por 20 anos e uma previsão anual de receita de R$ 38,9 milhões.
A Eólica Cerro Chato S/A, responsável pela implantação, manutenção e operação da usina, é controlada pela Eletrosul Centrais Elétricas, subsidiária da Eletrobras, tendo como sócia a empresa Wobben, do grupo alemão Enercon, um dos principais fornecedores de tecnologia em aerogeradores. A estatal brasileira detém 90% dos R$ 400 milhões que estão sendo investidos no complexo.
(Por Cleber Dioni Tentardini, Jornal JÁ, 14/03/2011)