O Rio Grande do Sul aposta na retomada do projeto do inventário florestal, paralisado desde o meio do ano passado. O novo diretor do Departamento de Florestas e Áreas Protegidas (Defap/Sema), Roberto Ferron, recomeçará a articulação no final deste mês com o governo federal e deve se reunir com o Ministério do Meio Ambiente (MMA) para acertar os detalhes da execução.
Semana passada, a secretária estadual de Meio Ambiente, Jussara Cony, e Ferron estiveram em Brasília. Ficou acertado que o coordenador do Inventario Nacional, João de Deus, e técnicos da Secretaria de Biodiversidade e Florestas do MMA visitarão o Rio Grande do Sul para fazer um nivelamento do assunto com os técnicos do Defap. Segundo ele, o projeto é prioritário para a secretaria e está orçado em R$ 8 milhões, sendo que o MMA e a Sema deverão entrar com 50% do valor cada um.
O levantamento deve identificar a quantidade de florestas naturais e plantadas existente no Estado, a recuperação de áreas degradadas e os usos que o agricultor faz da terra.
A expectativa do setor era que o projeto tivesse começado no segundo semestre do ano passado. No entanto, não foi executado, mesmo com o termo de cooperação entre MMA e a Secretaria do Meio Ambiente (Sema) assinado em abril de 2010.
Para o presidente da Associação Gaúcha de Empresas Florestais (Ageflor), Leonel Menezes, está mais do que na hora do Estado fazer o levantamento. Os últimos censos foram realizados em 1984 e 2000. Desde lá, o cenário no RS mudou com a chegada de indústrias de celulose e de MDF e MDP. Menezes destaca que é preciso identificar o que e onde está plantado para planejar o setor. "Se soubermos das necessidades podemos fomentar a vinda de indústrias ou a ampliação da base florestal, mas é preciso conhecer o que temos."
(Correio do Povo, 14/03/2011)