O trecho mais crítico do Rio dos Sinos é o que banha as cidades de Sapucaia do Sul e Esteio. A contaminação de nível 4, segundo especificações da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), dá ao trecho o pior cenário de poluição – baixa oxigenação, presença de metais pesados, produtos químicos e esgoto. As condições da água são impróprias para banho e pesca.
O quadro poderia ser pior ainda, se não fosse o remanso do Rio Jacuí, que deságua no limite entre os dois municípios, o que ajuda a manter o nível da água. As ações de recuperação, segundo o diretor executivo do Consórcio Pró-Sinos, Julio Dorneles, compreendem todos os municípios que formam o consórcio.
Saneamento em 2012
Em Sapucaia e Esteio, a água e o esgoto são tratados pela Corsan e há cerca de 3% e 4,5% dos domicílios com saneamento básico. Com o novo sistema de redes coletoras e estações de tratamento de esgoto, cujas obras foram iniciadas em 2010 com investimentos do PAC e governo estadual, as cidades terão, até dezembro de 2012, 45% e 95% de esgoto tratado.
Consumo de peixes
Os pescadores garantem que os peixes podem ser consumidos. "De vez em quando aparece peixe morto, mas é quando lá para cima (Novo Hamburgo) alguma empresa joga veneno no rio e ele desce. Nunca tive problema em comer os peixes daqui’’, conta Euclides da Silva, 61 anos, morador do limite entre Sapucaia e Esteio.
Cidades se mobilizam
Para o secretário municipal do Meio Ambiente de Sapucaia do Sul, Manoel Ordeni de Araújo, a população também deve se conscientizar. "Todos temos reponsabilidade. Não depende só do governo revitalizar o Rio dos Sinos, depende da comunidade também’’, disse. Segundo o secretário, vários projetos são organizados para mobilizar a comunidade. "Vamos iniciar em breve a coleta seletiva do lixo e a escola ambiental vai conscientizar as crianças sobre a importância do rio’’, ressaltou.
Em Esteio, diversas atividades são desenvolvidas com escolas, organizações não governamentais e grupos de escoteiros. Entre as ações, a assessora de Educação Ambiental da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Iara Pacheco, lembra do diagnóstico de impacto da qualidade da água do rio. "São atividades que promovemos durante todo o ano para conscientizar alunos e comunidade sobre os pontos de impacto e conservação do meio ambiente’’, conta.
(Jornal VS, 14/03/2011)