Até agora, 1,6 mil mortes foram confirmadas após o terremoto que devastou o país na sexta-feira.O governo japonês decretou ontem estado de urgência na região da usina de Onagawa. O complexo seria o segundo afetado pelo terremoto de magnitude 8,9 na escala Richter que atingiu o país asiático na sexta-feira – as plantas de Fukushima, onde já foi registrado vazamento de material radiativo, preocupam os governantes.
“As autoridades japonesas informaram a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que o alerta de primeiro estado de urgência (o nível mais baixo) na central de Onagawa foi emitido pela Tohoku Electric Power Company”, comunicou a agência, vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU).
De acordo com a AIEA, “os três reatores da usina de Onagawa estão sob controle” das autoridades japonesas. O estado de urgência foi decretado de acordo com a legislação local, que pede que o alerta seja feito quando “níveis de radioatividade superiores aos aceitáveis são registrados na região”. As autoridades tentam determinar a origem dos níveis anormais de radiação.
O complexo de Onagawa está situado ao Norte de Fukushima, onde teve início o drama do Japão ante a ameaça de um desastre nuclear. Três reatores estão sob risco. O governo admitiu que o reator 1 foi danificado e que houve o vazamento. Dezenas de pessoas foram contaminadas.
As autoridades lutam para evitar um desastre nuclear na região. Equipes especializadas se preparam para injetar água do mar no reator número 2 para resfriar os equipamentos. A Tepco, maior companhia de energia elétrica do Japão e gestora de Fukushima, já faz o processo nos reatores 1 e 3 da planta para resfriar e reduzir a pressão dentro dos contêineres onde estão os reatores.
Segundo a Tepco, após a explosão do prédio do reator número 1, o nível de radiação emitido superou o limite legal de 500 microsievert por hora, unidade de medida de exposição à radiação ionizante. Ontem, chegou a alcançar 1.204 microsievert, mas já teria diminuído a níveis seguros.
Autoridades japonesas classificaram o acidente em Fukushima como de nível 4, ou seja, “com consequências locais”. Para se ter uma ideia, o desastre de Chernobyl, ocorrido na Ucrânia em 1986, foi qualificado como de nível 7, o máximo da escala.
A polícia japonesa informou que as vítimas confirmadas do terremoto e do tsunami que atingiram o país chegam a 1.597. Já a quantidade de desaparecidos é de 1.481. Mas a expectativa é de que esses números aumentem substancialmente, pois o chefe de polícia de Miyagi disse acreditar que mais de 10 mil pessoas tenham morrido apenas na província.
(JC-RS, 14/03/2011)