Doze activistas da organização ecologista Greenpeace despejaram hoje quatro toneladas de lixo à porta do ministério espanhol do Ambiente para pedir uma Lei dos Resíduos mais ambiciosa.
Às 10h30 locais (09h30 em Lisboa), os activistas começaram a colocar o lixo à porta do ministério. Meia hora depois chegou a polícia. Às 11h30, os ecologistas foram retirados do local. Minutos depois chegaram os camiões que iriam retirar o lixo da rua.
Na origem do protesto está o projecto de lei para os resíduos e solos contaminados, enviado na passada sexta-feira pelo Conselho de Ministros para o Parlamento. A Greenpeace considera-o pouco ambicioso e que responde “à pressão das comunidades autónomas e da indústria da incineração”.
Para os ecologistas, o país está prestes a dar mais um passo para um “modelo insustentável de gestão dos resíduos”, explicam em comunicado.
Com o protesto de hoje, onde ergueu cartazes onde se lia “Esta lei queima o futuro” e “incineração não”, a Greenpeace pede alterações ao texto.
A organização lamenta que a prioridade seja dada à queima dos resíduos, “a técnica mais cara e nociva tanto para a saúde como para o ambiente, além de que é a opção que menos emprego gera”. Segundo as contas da Greenpeace, Espanha tem em funcionamento dez unidades de incineração e estão sobre a mesa 20 novos projectos.
“Os quatro mil quilos de resíduos que aqui temos hoje equivalem aos que produzem cerca de três mil pessoas num só dia, o que dá uma ideia do que pode gerar um país como Espanha”, comentou Júlio Barea, responsável pela campanha contra a poluição na Greenpeace.
De acordo com dados do Ministério espanhol do Ambiente relativos a 2008, citados por Barea, aquele país gera por ano 24 milhões de toneladas de resíduos urbanos, 85,34 por cento dos quais seguem para aterro ou são queimados.
(Ecosfera, 11/03/2011)