A campanha Vamos Tirar o Planeta do Sufoco, realizada pela Associação Paulista de Supermercados (Apas) em Jundiaí, no interior paulista, aboliu as sacolas plásticas dos supermercados daquela cidade. De acordo com o diretor de Convênios Apas, Edivaldo Bronzeri, nos últimos seis meses Jundiaí retirou de circulação 480 toneladas de plástico, o que equivale a 132 milhões de sacolinhas - 95% das sacolas plásticas distribuídas na cidade. A partir do dia 18 de abril, Belo Horizonte será a primeira capital brasileira a adotar o programa. “A Apas pretende levar essa experiência para todo o Estado de São Paulo e para várias capitais do Brasil”, afirmou o diretor de Sustentabilidade da Apas, João Sanzovo Neto. Ele destacou o fato de a entidade ter sido procurada pelo Governo Estadual para a adoção de um termo de cooperação, que deverá ser assinado pelos supermercadistas com as prefeituras, simbolizando a mudança de mentalidade em favor do meio ambiente. “Essa solução foi a melhor parceria já realizada entre a sociedade civil e o poder público”, disse.
O diretor de Segurança Alimentar da Apas, Márcio Milan, esclareceu ainda que está sendo criado, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, um grupo de trabalho no Estado para certificar e dar legitimidade às sacolas biodegradáveis. “A campanha exige uma auditoria junto aos fabricantes de sacolas biodegradáveis para saber se estão usando a matéria-prima correta”, ressalta. A Apas – Associação Paulista de Supermercados representa o setor supermercadista no Estado de São Paulo e tem 1.500 associados, que somam 2.600 lojas.
Idealizada pela Associação Paulista de Supermercados (Apas) com o apoio da Prefeitura de Jundiaí (SP), Sindicato do Comércio Varejista e Câmara de Dirigentes Lojistas, a campanha Vamos Tirar o Planeta do Sufoco mobilizou a cidade e contou com a adesão da grande maioria dos empresários supermercadistas. A campanha implantada na cidade pretende extinguir as sacolinhas plásticas tradicionais, substituindo por opções de embalagens retornáveis e métodos alternativos de transporte de mercadoria.
O município reduziu em 95% a distribuição das sacolas plásticas nos supermercados desde o início da campanha. Anteriormente Jundiaí produzia 22 milhões de sacolas/mês, o equivalente a 80 toneladas de plástico filme. O resultado foi possível com as sacolas biodegradáveis, que nesses seis meses já tiveram 12 milhões de unidades vendidas ao preço de R$ 0,19, e também com as bolsas em tecido TNT (um tecido produzido com fibras desorientadas e aglomeradas), capaz de acondicionar até 15 Kg, ao preço de R$ 1,85.
Alternativa ecológica
Durante anos, as sacolas plásticas foram adotadas pelos supermercados a fim de atender à necessidade do consumidor. Entretanto a percepção sobre o quanto o plástico prejudica o meio ambiente – e a demora na decomposição do material (cerca de 300 anos) – estimulou os empresários do setor a procurar alternativas ecológicas.
No Brasil, são produzidas 210 mil toneladas anuais de plástico filme, a matéria-prima das sacolas plásticas, resultando na produção de 18 bilhões de sacolas. Calcula-se que determinado número dessas sacolas plásticas acabam servindo de lixeiras ou viram lixo, o que representa um volume de 9,7% de todo o lixo do país.
A campanha Vamos Tirar o Planeta do Sufoco foi lançada no dia 27 de maio de 2010, na abertura da Eco Jundiaí, dando início à Semana do Meio Ambiente. O objetivo é engajar o comércio, que tem papel fundamental na conscientização e incentivo à população para utilizar sacolas retornáveis no lugar das sacolas plásticas, as quais estão sendo retiradas de circulação desde 30 agosto de 2010 em Jundiaí. O exemplo de Jundiaí também chegou em Monte Mor, na região de Campinas, onde desde o dia 14 de fevereiro as sacolas plásticas não são mais oferecidas aos consumidores.
(EcoAgência, com informações da Apas e Global Garbage, 10/03/2011)