Começou este mês na Europa a primeira fase da proibição do bisfenol A (BPA) em mamadeiras. A partir de agora, as empresas estão proibidas de fabricar mamadeiras que contenham o químico. A segunda parte da regulamentação, quando as lojas serão proibidas de vender produtos com BPA, entrará em vigor em junho. O BPA é um produto químico usado na fabricação do plástico e no revestimento interno de latas de bebida e comida. Mais de 200 pesquisas já associaram o bisfenol A a uma maior incidência de obesidade, problemas cardíacos, diabetes, câncer na próstata e mama, puberdade precoce e tardia, abortos, anormalidades no fígado em adultos e também problemas cerebrais e no desenvolvimento hormonal em crianças e recém-nascidos. O químico também foi associado a problemas sexuais em homens como a diminuição da qualidade e da quantidade de esperma.
Para John Dalli, responsável por políticas de saúde relacionadas ao consumidor da União Europeia, “o dia primeiro de março representa um divisor de águas no compromisso de melhor proteger a saúde dos cidadãos, seguindo o princípio de precaução’.
O princípio da precaução visa prevenir o uso de uma substância por não se saber quais as conseqüências para a saúde humana. Em setembro do ano passado, a agência European Food Safety Authority afirmou que existiam muitas dúvidas sobre o uso contínuo do BPA em embalagens. Dois meses depois, em novembro, a Comissão Europeia decidiu proibir o bisfenol A em mamadeiras. A decisão baseou-se em inúmeros estudos que comprovaram a migração do bisfenol A das embalagens plásticas para alimentos ou bebidas. A contaminação é ainda maior quando essas embalagens são aquecidas, o que representa uma grande preocupação já que o metabolismo das crianças não responde como o de um adulto, provocando um acumulo de BPA no organismo nos primeiros meses de vida. A exposição é ainda maior, sobretudo, se a fórmula infantil for a única fonte de nutrição do bebê.
“Como existem incertezas relacionadas aos riscos que a exposição do bisfenol A representa na saúde de bebês, a Comissão Europeia achou necessário e apropriado tomar uma iniciativa,”disse Dalli. “O objetivo é reduzir a exposição do bisfenol A no segmento da população que é mais vulnerável, neste caso, os bebês e assim proteger sua saúde”.
(O Tao do Consumo, EcoAgência, 10/03/2011)