Bloco europeu vai aplicar cerca de €90 milhões na região para ajudar a conter desastres causados pelo clima e desenvolver a economia.
As ilhas do Oceano Pacífico são um triste exemplo de como as alterações ambientais podem afetar negativamente a vida de uma população e atrapalhar o desenvolvimento econômico de uma região. No caso de países como Kiribati e Tuvalu, em que mais de 80% da população vive em áreas costeiras, a elevação de sessenta centímetros no nível do mar poderá prejudicar significativamente a economia, e até mesmo tornar a maior parte das ilhas inabitável.
Para ajudar a conter esse problema, a Comissão Europeia vai financiar projetos atuais e futuros no valor de €89,4 milhões para reduzir os riscos de desastres naturais e para desenvolver a economia das ilhas de uma forma mais sustentável. Desse total, €50,4 milhões serão destinados a planos lançados agora, e €39 milhões financiarão programas futuros.
A aplicação deste incentivo exige que as ilhas adotem uma ‘posição conjunta’ ao panorama internacional, como parte de um diálogo sobre alterações climáticas mais fortes entre a UE e o Pacífico. Nesta semana, Andris Piebalgs, representante da Comissão Europeia para o Desenvolvimento, e os líderes pacíficos firmarão o plano de ação conjunta sobre mudanças climáticas, na Conferência Regional de Alterações Climáticas no Pacífico, em Vanuatu.
“As mudanças climáticas e os desastres naturais estão freando o desenvolvimento sustentável, o crescimento econômico e progresso rumo às Metas de Desenvolvimento do Milênio no Pacífico. É hora de reunirmos um apoio substancial da comunidade internacional para os esforços de adaptação do Pacífico para alterações climáticas”, destacou o representante.
Baseando-se na Conferência de Mudanças Climáticas em Cancún, o evento em Vanuatu vai determinar os desafios específicos de desenvolvimento e mudanças climáticas do Pacífico. Particularmente, a conferência vai analisar meios para desenvolver uma cooperação mais efetiva entre os países e resolver os muitos problemas da região.
Durante a viagem, Piebalgs, lançará e anunciará novos programas para combater a pobreza e as conseqüências das mudanças climáticas, como a integração da economia do Pacífico através do comércio e um plano para apoiar o desenvolvimento da capacidade produtiva da população das ilhas reduzindo os efeitos dos desastres naturais.
Além disso, serão implementados projetos de adaptação como replantação de manguezais, reflorestamento de áreas de bacias hidrográficas, recolhimento de água das chuvas e conservação de água, introduzindo cultivos resistentes à seca e ao sal, medidas de retenção do solo, colheitas com impacto reduzido, o desenvolvimento de infra-estruturas etc.
Atualmente, o nível dos efeitos causados pelos desastres naturais nas ilhas é bastante crítico. Em Niuatoputapu, por exemplo, o único hospital existente, que era ao nível do mar, foi destruído por um tsunami em outubro de 2009. O prédio será reconstruído na parte mais alta da ilha, com auxílio dos fundos da Comissão Europeia, que designou €665 milhões a serem aplicados na região entre 2008 e 2013, para conter problemas ambientais e econômicos.
(Por Jéssica Lipinski, Carbono Brasil, Envolverde, 02/03/2011)