Comissão de moradores e pescadores artesanais do município de Santa Cruz, no Estado do Rio de Janeiro, onde está localizada a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), obteve da Secretaria Estadual do Ambiente (SEA), a promessa de que os investidores da usina só terão a licença definitiva do empreendimento, depois que forem mensurados os impactos sociais e ambientais e que medidas serão adotadas para reduzir os possíveis efeitos sobre o ar e a água da região.
Os moradores foram recebidos pela SEA depois de um protesto que fizeram em frente à sede da Secretaria, na capital fluminense, no dia 25 último, para denunciar os problemas que estão sofrendo depois que a siderúrgica iniciou a sua produção, entre eles, o aumento do índice de problemas respiratórios e dermatológicos.
No Ceará, a problemática foi abordada com exclusividade pelo Diário do Nordeste na edição do dia 11 de fevereiro deste ano, quando questionou se a siderúrgica cearense, a ser encravada no Complexo do Pecém, poderá repetir problemas de poluição da usina carioca, já que é caracterizada como um espelho da segunda.
A razão maior da preocupação dos especialistas e ambientalistas é o material energético escolhido para mover a siderúrgica, tanto a de lá, quanto a de cá: o carvão mineral. A CSA anunciou seguir as mais rígidas leis ambientais da Alemanha, de onde vem parte de seus investidores.
Porém, hoje, paga milhões em multas e indenizações por poluição. Em resposta às preocupações, a CSP, por meio de sua assessoria, defendeu que a "sustentabilidade é prioridade no projeto" da usina. "Cerca de 25% dos investimentos serão aplicados em equipamentos modernos e de alta eficiência para controle e monitoramento das emissões atmosféricas, lançamento de efluentes e gerenciamento de resíduos", garantiu.
(Diário do Nordeste, 02/03/2011)