O dinheiro que a empresa sueco-finlandesa Stora Enso pretendia aplicar na construção de uma fábrica de celulose, na zona Sul do Rio Grande do Sul, já era. O grupo assinou contrato com o governo uruguaio e já está iniciando as obras de uma fábrica de celulose em Punta Pereira, próximo a Conchillas, na cidade mística-histórica de Colônia, com funcionamento prometido para 2013 e produção de 1.300 toneladas/ano de celulose.
O consórcio Montes de Plata, formado pela Stora Enso e a chilena Arauco, deverá aplicar US$ 1,9 bilhão na construção da fábrica, de uma unidade de biomassa e num porto, criando 500 empregos diretos e 2 mil indiretos. Aqui, o projeto Stora Enso foi suspenso, adiado ou cancelado devido às dificuldades que a empresa encontrou para adquirir as terras necessárias ao florestamento para dispor de matéria-prima, pois a legislação brasileira impede a aquisição de áreas numa extensão de 150 quilômetros a partir da fronteira. Grande parte do Estado, então, ficou interditada à companhia.
Celulose II
Por falar em celulose e investimento, não se ouviu mais falar sobre três projetos neste setor que estavam previstos para o Rio Grande do Sul: a duplicação da antiga Aracruz, hoje Celulose Riograndense, depois de adquirida pela chilena Compañia Manufacturera de Papeles Y Cartones, que chegou a anunciar investimento entre US$ 2,8 bilhões e US$ 3 bilhões; a fábrica de celulose da Votorantin, na Metade Sul; e outro empreendimento da Fibria. O Grupo Votorantin divulgou, ontem, que vai investir R$ 5 bilhões, em 2011, mas não citou nada para o Rio Grande do Sul. Num primeiro momento, culpou-se a crise econômica internacional iniciada em 2008 pelo adiamento; depois, não se comentou mais nada.
(JC-RS, 02/03/2011)