Mais seis tubos para a construção do Emissário Subaquático do Projeto Integrado Socioambiental (Pisa) chegaram na tarde de ontem à Capital. O material, que compõe seis quilômetros de tubulação, será responsável por transportar os esgotos coletados no Centro e nas bacias dos arroios Dilúvio e Cavalhada até a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do bairro Serraria.
Engenheiros do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) acompanharam o traslado dos canos feito por rebocadores pelo Guaíba. Ao todo, já chegaram em Porto Alegre oito dos 22 tubos previstos para obra que terá 11,3 quilômetros de extensão. Os canos, que medem 515 metros de comprimento cada, e 1,60 metro de diâmetro, foram produzidos em São Paulo. As tubulações saíram do Porto de Santos em direção a Rio Grande na semana passada.
O Projeto Integrado Socioambiental ampliará a capacidade de tratamento de esgotos em Porto Alegre de 27% para 77%. A expectativa é de que em alguns anos de tratamento, a água do Guaíba seja recuperada e o banho seja liberado para a população desde a praia de Ipanema.
De acordo com o engenheiro Valdir Flores, coordenador das obras do Pisa, não é possível determinar o prazo de depuração das águas do Guaíba, porém há perspectiva de que com aproximadamente uma década de tratamento do esgoto será possível retomar sua balneabilidade quase integral.
Valdir explica que este segundo lote de canos, somado ao que já havia sido entregue, representa 70% do projeto do Emissário Subaquático. O próximo lote, composto por mais oito tubos de 515 metros, deverá chegar a Porto Alegre em 15 de abril. "Os contrapesos para a instalação já estão sendo preparados. O cronograma de obras está em dia conforme o projeto", garantiu.
A primeira obra do Pisa, entregue em novembro passado, foi a ampliação e reforma da Estação de Bombeamento de Esgotos (EBE) Ponta da Cadeia, localizada perto da Usina do Gasômetro, na avenida Loureiro da Silva, 200. O benefício para a cidade com a entrada em funcionamento da EBE Ponta da Cadeia é o fim do lançamento de mais de 2,9 mil litros por segundo de esgotos in natura no Guaíba.
Para o engenheiro, a obra significa "uma contribuição decisiva para a recuperação do Guaíba". Valdir lembra que a conclusão das 24 obras do Pisa está prevista para 2012. O investimento será de R$ 586 milhões, com financiamento de R$ 203,4 milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e de R$ 316,2 milhões da Caixa Econômica Federal, com contrapartida de R$ 67,1 milhões da prefeitura.
(Correio do Povo, 01/03/2011)