A justiça adiou para esta terça-feira a decisão sobre os pedidos de prisão preventiva feitos pela Polícia Civil e Ministério Público contra o servidor do Banco Central Ricardo Neis, de 47 anos, responsável pelo atropelamento coletivo de ciclistas no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, na última sexta. As solicitações dos promotores Eugênio Paes Amorim e Lúcia Helena Calegare e dos delegados responsáveis pelo caso foram protocoladas na noite desta segunda-feira, no plantão do Foro Central de Porto Alegre.
Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil, o juiz de plantão usou uma resolução do Conselho Nacional de Justiça na qual diz que ele só pode tomar uma decisão no caso de o fato ser urgente. Na visão dele, o caso não é urgente, então vai ser remetido para o juiz do Tribunal do Júri, que só funciona a partir das 9h.
O promotor Eugênio Paes Amorim afirmou que o bancário tem um histórico de violência doméstica e no trânsito. A Polícia Civil e o Ministério Público pediram a prisão por tentativa de homicídio doloso, afastando a pena do Código Brasileiro de Trânsito, que prevê somente o homicídio culposo na direção de veículo automotor - quando não há intenção de matar.
Mais cedo, o acusado se apresentou à polícia para depoimento, após, na última sexta, ter fugido do local do acidente e abandonado o veículo que usava. Ele afirmou ter agido em legítima defesa após ter sido intimidado pelos ciclistas.
(Correio do Povo, 01/03/2011)