Inclusão social, emprego e renda, ordenamento territorial, produtividade e competitividade, sustentabilidade e biodiversidade, aliados ao desenvolvimento, são pressupostos que dão suporte ao Programa de Produção Sustentável de Palma de Óleo no Brasil que o Governo Federal lançou em 2010. Incentivar a produção de dendê para diversos fins, em especial para a produção de biodiesel é um dos focos da Embrapa. O Prosa Rural desta semana entrevista o chefe-geral da Embrapa Agroenergia (Brasília/DF), Frederico Durães, sobre o uso do dendê como matéria-prima para a produção do biodiesel.
Durante o programa, Durães explica o funcionamento do Programa e como o agricultor pode se integrar à cadeia produtiva do biodiesel. Também participam do Prosa Rural o gerente do escritório de negócios da Embrapa Transferência de Tecnologia, em Manaus, Rosildo Costa; o pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental (Belém/PA), Rui Gomes; e o técnico em extensão rural da Emater/PA, Anderson Penha.
O dendezeiro é, entre as espécies oleaginosas, a de maior produtividade. No País, especialmente no Pará, as melhores plantações tem atingido 6 toneladas de óleo/ha/ano. Além disso, o óleo do dendê tem amplo uso nas indústrias de alimentos, farmacêutica e química e representa grande oportunidade para a produção de biodiesel.
De acordo com dados de pesquisa, o dendê apresenta um balanço de energia entre 8,6 e 9 unidades de energia disponíveis por unidade de energia aportada. Com tudo isso, a expansão dessa oleaginosa no Brasil é indicada como uma das principais alternativas para a agricultura sustentável na Amazônia.
A expansão da dendeicultura no Brasil, segundo o chefe-geral da Embrapa Agroenergia, requer contínuo trabalho de pesquisa focado em novas cultivares melhoradas e adaptadas a diferentes condições ambientais, boas práticas de manejo da cultura e de processos de conversão de óleos e resíduos. Além disso, de dados que suportem estratégias e logística de produção e de mercado de óleos e co-produtos.
Mais de 70% dos óleos do mundo são oriundos de 4 espécies vegetais, soja, dendê, girassol e canola. “No Brasil um Programa dessa natureza associa o ordenamento territorial e desenvolvimento com as boas práticas agrícolas e industriais e foca produtividade com sustentabilidade”, conclui Durães.
(SÓ Notícias, 01/03/2011)