Alagoas esta na disputa pela instalação de usina nuclear, que deverá ser anunciada pelo governo federal até junho deste ano. Conforme o secretário-adjunto de Minas e Energia do governo de Alagoas, Geoberto Espírito Santo, a possibilidade de o Estados ser o contemplado com a escolha da implantação das primeiras usinas nucleares do Nordeste, diminuiria as diferenças econômicas e sócias da Região Nordeste.
– Isso seria uma espécie de equilíbrio do ponto de vista econômico e social e respaldaria, inclusive, a proposta da presidente Dilma Roussef, que em seus pronunciamentos, sempre ressalta a necessidade da diminuição dessas diferenças. Uma usina desse porte redistribuiria riquezas de todos os pontos de vista, principalmente para um Estado pobre como Alagoas – completa o secretário.
Junto com Alagoas, estão no páreo pela implantação das usinas nucleares os Estados de Bahia, Sergipe e Pernambuco. De acordo com Santo, a construção de a primeira usina nuclear do Nordeste representa a implantação de uma central nuclear composta de seis usinas com capacidade de 1.100 megawatts cada uma, estimadas em cerca de R$ 10 bilhões.
– Mas é bom deixar claro que essa será uma decisão política do governo federal porque esses quatro Estados já são locais tecnicamente definidos e habilitados para receber as usinas – destaca.
Segundo o Ministério das Minas e Energia, a central nuclear deve iniciar a construção em 2012, às vésperas da conclusão das obras da usina de Angra 3.
– Hoje não há mais temor em relação ao funcionamento de usinas nucleares. Já está mais do que comprovado que o monitoramento dos rejeitos é seguro, inclusive com o convencimento de ativistas do Greenpeace de que a energia nuclear é uma forma limpa e segura. É a fonte mais concentrada de geração de energia e a quantidade de resíduos radioativos gerados é extremamente pequena e compacta – diz Santo.
A tecnologia do processo é bastante conhecida e o risco de transporte do combustível é menor quando comparado ao gás e ao óleo das termelétricas e não necessita de armazenamento da energia produzida em baterias.
Dos quatro Estados interessados, dois, Pernambuco e Bahia, propuseram o conceito de central nuclear. Por esse conceito, a central do Nordeste teria duas usinas, uma ao lado da outra, nas margens do Rio São Francisco, na região do Sertão.
A Eletronuclear já iniciou os estudos para a localização da usina nuclear no Nordeste. Aguarda a transferência de recursos levantados com a Reserva Global Reversão (RGR), encargo cobrado nas contas de luz e administrado pela Eletrobrás. Os estudos custarão R$ 10 milhões e têm duração de até 20 meses.
Os técnicos da Eletronuclear têm preferência por um local no litoral nordestino, na faixa entre Salvador e Recife. As usinas nucleares têm vida útil de 60 anos e requerem grande volume de água para resfriamento do reator. Com as mudanças climáticas nas próximas décadas, espera-se uma redução na vazão dos rios de forma geral. Por isso, há uma inclinação dos técnicos pela instalação no litoral.
– O tempo médio de construção previsto para cada usina nuclear é de cinco anos – completou o secretário-adjunto.
(Canal Rural, 01/03/2011)