A presença de 7,3 gigawatts (GWh) de energia nuclear no Sistema Interligado Nacional (SIN), entre 2005 e 2030, conforme previsão do Plano Nacional de Energia 2030, evitará o lançamento de 437 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera, o que significará uma redução de 19% das emissões. É o que mostra estudo divulgado pela Eletronuclear, feito pela Ecen Consultoria, que buscou comparar a emissão de CO2 na geração nuclear com outras fontes, analisando as emissões diretas e indiretas nos ciclos de combustível do petróleo, do gás natural, do carvão mineral e da produção de bagaço de cana.
Hoje, a participação desta fonte na matriz brasileira está na faixa de 2 GW. Angra 3, com 1,3 GW, e outros 4 GW previstos no PNE, referentes a mais quatro unidades, totalizarão 7,3 GW. Segundo o estudo, as emissões energéticas em 2006, no Brasil, seriam 3% maiores se, em vez da energia nuclear, a mesma participação de fontes fósseis estivesse gerando eletricidade.
“O resultado é extremamente positivo, porque a alternativa de substituir a energia nuclear no PNE seria energia térmica via carvão importado”, analisa Leonam dos Santos Guimarães, assistente da presidência da Eletronuclear. Além fontes energéticas, o estudo também considerou as emissões indiretas para construir, manter e desmontar as usinas. A Eletronuclear explica que a geração hídrica não fez parte do trabalho porque o objetivo era comparar com as fontes que se oferecem como alternativas ou completares a hidroeletricidade.
O estudo, no ciclo nuclear, tomou por base dados fornecidos pela Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e pela Eletronuclear. A lista inclui mineração, beneficiamento, conversão, enriquecimento, reconversão, fabricação e montagem do elemento combustível, fabricação de pastilhas e de componentes, construção do reator, geração e descomissionamento do reator. Segundo a empresa, o perfil das emissões de CO2 nos demais ciclos foi montado a partir de dados nacionais e internacionais disponíveis. “Em todos os casos foram consideradas separadamente as energias elétrica e térmica”, informou.
Na avaliaçaõ de Guimarães, uama das conclusões é que “do ponto de vista da redução de gases de efeito estufa, é positivo para o Brasil produzir energia via usinas nucleares”. “A energia nuclear tem um atrativo especial, na medida em que ela não emite CO2, como mostra o estudo”. Guimarães disse que o objetivo principal do levantamento não foi confirmar as vantagens da energia nuclear em termos de fonte limpa de geração de energia.
“Todo mundo sabe disso. O ponto é fazer um estudo específico para as condições brasileiras”. O estudo comprova que das várias fontes de geração de energia, a nuclear é a que emite menos. “Muito menos. São diferenças gritantes.”, aponta.
(Ambiente Energia, com informações da Agência Brasil, 28/02/2011)