“O Brasil caminha de forma rápida para ser o maior produtor de transgênicos do mundo”, afirma o presidente do Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (Isaa), Clive James. De acordo com relatório da organização, em 2010, foram plantados no País 25,4 milhões de hectares com culturas – soja, milho e algodão – geneticamente modificadas, um crescimento de 19% em relação a 2009 – uma área equivalente a do Piauí.
James afirma que os países em desenvolvimento são os maiores produtores de transgênicos no mundo. O Brasil ocupa a segunda posição no ranking de nações produtores de transgênicos, logo acima da Argentina. Os Estados Unidos lideram a lista, com o cultivo de 66,8 milhões de hectares.
A crescente adoção da tecnologia de produção de transgênicos por agricultores é uma indicação, segundo James, da busca por aumento da produtividade e redução de custos com herbicidas. Para o diretor do Greenpeace, Sérgio Leitão, “o avanço do cultivo de transgênicos é preocupante porque o Brasil não possui meios eficazes para controlar os riscos que esse tipo de lavoura traz”.
Na opinião de Leitão, nesse tipo de cultivo “o agricultor fica refém de três ou quatro multinacionais que controlam a quantidade de sementes transgênicas e não transgênicas que chega ao mercado e, como os transgênicos são mais rentáveis, fica mais difícil para o produtor encontrar sementes convencionais”. Outro problema, explica, é surgimento de pragas mais resistentes, registradas apenas em lavouras geneticamente modificadas.
(Redação Sociedade Sustentável, IHU-Unisinos, 24/02/2011)