Animais que vivem no local serão remanejados. É só uma questão de tempo. Criado em 1925, sofrendo alterações no decorrer dos anos, e passando, em 1984, a receber o nome de uma conhecida defensora dos animais de Porto Alegre, Palmira Gobbi Diaso, o minizoo do Parque da Redenção está com os seus dias contados.
A superintendência estadual do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) somente aguarda o envio de documentação formal por parte da prefeitura de Porto Alegre anunciando sua intenção de não manter e nem de realizar melhorias nas instalações, para autorizar o fechamento e remoção dos animais do local. A decisão foi tomada ontem, durante reunião do superintendente do órgão João Pessoa Moreira Junior com a primeira-dama do município, Regina Becker, e técnicos.
Segundo a primeira-dama, as instalações não apresentam mais condições de abrigar os seus 85 moradores, como micos-prego, jabutis, araras e papagaios. Conforme Regina, em recente vistoria do Ibama o local foi reprovado. "Essa situação nos preocupa muito. Precisamos urgentemente realocar esses animais para áreas mais apropriadas, para que tenham uma vida melhor e não fiquem tão expostos como, infelizmente, acontece hoje."
Mas o problema não se resume às instalações do local. "Outros fatores que nos levam a tomar essa atitude são, por exemplo, a vulnerabilidade dos bichos à ação de vândalos, a exposição à poluição, o intenso fluxos de veículos na região e até as grandes obras que estão sendo realizadas próximas àquele local. É importante frisar que estamos lidando com vidas e nosso compromisso é garantir que sejam preservadas", observa.
Segundo a veterinária responsável pelo minizoo, Simone Gutkoski, as péssimas condições em que vivem os animais podem também ser comprovadas pelos efeitos provocados em algumas espécies. "O caso dos macacos é emblemático. A maioria apresenta alterações de humor e comportamento", argumenta, lembrando que recentemente morreram três micos-prego e outros quatro estão doentes.
Conforme ficou acertado na reunião, a documentação necessária deverá ser enviada para o Ibama ainda nesta semana. Caberá ao instituto elaborar os procedimentos e a logística necessários para o remanejamento dos animais, bem como apresentar os criatórios conservacionistas habilitados a abrigar os bichos. Ao mesmo tempo, a prefeitura ficará responsável pela logística para a retirada dos animais e pela alimentação pelo período de um ano. Também ficou acertado que a área do minizoo irá abrigar um memorial sobre a história do lugar, com fotos e informações sobre espécies da fauna silvestre.
(JC-RS, 24/02/2011)