A empresa AkzoNobel, de matriz holandesa, confirmou a construção de fábricas de clorato de sódio e dióxido de cloro, em Três Lagoas, em um investimento de 90 milhões de euros (cerca de R$ 205 milhões), visando uma produção em escala mundial para suprir a Eldorado Brasil, fábrica de celulose que está em implantação no município, além de outras plantas de papel e celulose no Brasil.
A fábrica será operada pela unidade de negócios de produtos químicos para papel e celulose da empresa, a Eka Chemical, que, desde 2009, já tem uma unidade produtiva, chamada de ilha química, dentro da Fibria, outra fábrica de celulose de Três Lagoas.
Não foi anunciado o número de empregos a serem gerados nem os benefícios fiscais que são reivindicados.
A empresa é a maior fornecedora mundial de clorato de sódio, insumo utilizado na produção de dióxido de cloro, que é o principal produto químico usado no branqueamento da celulose. Com este aporte, a empresa pretende dobrar suas vendas no Brasil para 1,5 bilhão de euros por ano.
O investimento, considerado o maior da AkzoNobel na América Latina, foi comunicado ao deputado Eduardo Rocha (PMDB) pelo gerente do Projeto MS, Agnaldo Xavier, pelo diretor executivo da Eka, Antônio Carlos Francisco, e pelo diretor financeiro Rogério Menezes, na semana passada, em Campo Grande.
A instalação da empresa era negociada pela ex-prefeita Simone Tebet e pelo deputado há algum tempo.
A intenção dos investidores é que a fábrica comece a operar em setembro de 2012, junto com a Eldorado Brasil, abrangendo o fornecimento, armazenamento e manipulação de todos os produtos químicos necessários para fabricar os 1,5 milhões de toneladas de celulose a serem produzidos na cidade anualmente.
Operação
A fábrica funcionará dentro da Eldorado. De acordo com os executivos, 100% do dióxido de cloro serão consumidos pela fábrica de Três Lagoas, já que é um produto que não pode ser transportado.
Já as 70 mil toneladas/ano de clorato de sódio terão dois destinos: metade abastecerá a Eldorado e metade suprirá o mercado brasileiro.
A localização e a presença das duas maiores linhas de produção de celulose do mundo motivaram a escolha, assim como a aposta em mercados emergentes.
Após a decisão, a empresa deve iniciar a fase de apresentação de projeto e licenciamentos ambientais.
Além de Três Lagoas, a empresa já opera e vai operar em outras quatro cidades brasileiras, Jacareí e Rio de Janeiro, no RJ; Eunápolis, na Bahia; e, Jundiai, em São Paulo.
(Correio do Estado, 20/02/2011)