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fontes alternativas geração de energia
2011-02-21 | Tatianaf

Muitas vezes, a troca de dirigentes em uma estatal faz com que o novo comandante leve algum tempo para se ambientar à realidade da companhia. Esse não é o caso do presidente do Grupo CEEE, Sérgio Dias, que no governo anterior exercia o cargo de diretor de Geração e agora assume o comanda da concessionária. Já conhecendo a estrutura da empresa, uma das metas de Dias será ampliar os negócios no campo das fontes alternativas de geração de energia.

JC Empresas & Negócios - Qual será a política do Grupo CEEE quanto às fontes alternativas de energia?
Sérgio Dias -
Eu sou aficionado pelo tema, até porque a minha especialização foi em energia eólica. Tenho um carinho especial pelas fontes renováveis e alternativas. Mas a questão fundamental é focar o melhor negócio para a empresa. A eólica, por exemplo, é um mercado que deve ser ampliado no Brasil e o Grupo CEEE participará disso. Estamos em sociedade com a Enerfin, com participação de 27%, na ampliação dos parques eólicos de Osório e de Palmares do Sul. Além disso, estamos medindo as condições de ventos em três pontos diferentes no Estado para ter projetos próprios e queremos participar de novos empreendimentos, em novos leilões. Estamos abertos a isso.

Empresas & Negócios - E em relação a outras formas de geração renováveis?
Dias -
Quanto à biomassa (matéria orgânica), estamos estudando pequenas centrais térmicas. Temos dois hortos florestais, um em Alegrete e outro em Charqueadas, onde analisamos a possibilidade de implementar duas pequenas centrais térmicas para geração com madeira, mas não somente com esse material. Trabalhamos em um projeto de Pesquisa e Desenvolvimento que é uma avaliação de um sistema de queima para mais de um tipo de biomassa. Ou seja, usar madeira, casca de arroz ou outros insumos para que se possa aproveitar essa usina ao longo de todo o ano, porque há o empecilho da sazonalidade da biomassa.

Empresas & Negócios - Qual será a capacidade média de geração dessas térmicas?
Dias -
A ideia é implantar algo na faixa de 10 MWs. Também estudamos a possibilidade da queima de resíduos urbanos.

Empresas & Negócios - Quais serão seus outros objetivos na direção do Grupo CEEE?
Dias -
Fundamentalmente é trabalhar muito forte com a distribuidora. A CEEE-GT (Companhia Estadual de Geração e Transmissão de Energia Elétrica) já tem uma estrutura financeira mais ajeitada e agora o objetivo é focar na CEEE-D (Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica) para reverter o processo de déficit que ela tem a cada ano. Um dos motivos dessa situação é a questão histórica de causas trabalhistas.

Empresas & Negócios - Qual é o déficit médio da distribuidora?
Dias -
No ano de 2010, foi na casa dos R$ 400 milhões. Agora, vamos procurar outras fontes de recursos para chegar ao final do ano fora do negativo. Para isso, uma das metas prioritárias é buscar os recursos da CRC (Conta de Resultados a Compensar, que diz respeito à compensação de pagamentos a ex-autárquicos e inativos) com o governo federal.

Empresas & Negócios - Qual é a estimativa do montante que será obtido com a CRC?
Dias -
Existe uma contabilidade que vai de R$ 3,5 bilhões até R$ 5 bilhões. Este acerto financeiro ainda está sendo feito com a Secretaria do Tesouro Nacional. Imagina-se que, tranquilamente, deve passar dos R$ 4 bilhões.

Empresas & Negócios - A perspectiva é de fazer um acerto de contas para compensar a CRC?
Dias -
Inicialmente, será feito um acerto de contas com o governo federal envolvendo dívidas com Itaipu, com a Eletrobras, entre outras, mas esse é um valor pequeno. Devemos estar falando algo em torno de R$ 400 milhões a R$ 500 milhões. Posteriormente, vamos discutir com o governo do Estado para que possamos compensar a CRC através do ICMS. A CEEE-D paga ao Estado na faixa de R$ 45 milhões a R$ 50 milhões mensais. O Estado receberia a CRC e abateria através do não recolhimento do imposto. Isso nos daria um fôlego razoável para fazermos o investimento que temos necessidade.

Empresas & Negócios - O Grupo CEEE poderá usufruir ainda este ano dos recursos da CRC?
Dias -
Esperamos contar com parte desses recursos ainda este ano. A sintonia entre os governos estadual e federal e o fato de o secretário do Tesouro Nacional ser o Arno Augustin (ex-secretário da Fazenda do governo Olívio Dutra), que foi uma pessoa que demandou essa questão da CRC, devem facilitar a negociação. A própria presidente Dilma Rousseff conhece a fundo esse processo.

Empresas & Negócios - O fato de a estatal federal Eletrobras ser acionista do Grupo CEEE e de os governos estadual e federal serem dirigidos pelo mesmo partido atualmente aproximará as duas empresas?
Dias -
Infelizmente, temos certo distanciamento que queremos eliminar. Em primeiro lugar, pretendemos nos aproximar bastante da Eletrobras e da Eletrosul, um de seus braços. Planejamos participar de sociedades, investir em linhas de transmissão, em parcerias, em projetos de geração, buscar recursos com a Eletrobras que apresentem boas condições. Queremos puxar a Eletrobras para decisões internas do Grupo CEEE, que nos auxiliem no desenvolvimento e ampliação da empresa.

Empresas & Negócios - O senhor antes de ser presidente do Grupo CEEE exerceu o cargo de diretor de Geração no governo Yeda Crusius. Qual é a análise sobre o legado deixado pela administração passada?
Dias
- Eu já participava como diretor indicado pela Eletrobras. Obviamente tratando mais dos aspectos da geração, mas participando da diretoria, nas outras áreas. Vejo que o ex-presidente Sérgio Camps de Morais teve uma preocupação bastante importante nesse processo de tentar equacionar a questão das dívidas da empresa. Ele começou a busca de recursos via BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), que pretendemos continuar. Também foi iniciado um planejamento estratégico que queremos manter.

Empresas & Negócios - O senhor manterá o plano de implantação de um braço de telecomunicações no Grupo CEEE?
Dias -
Vamos continuar essa iniciativa e neste semestre teremos o plano de negócio feito pela Fundação Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD). Depois, a ideia é discutir com o secretário Beto Albuquerque (Infraestrutura e Logística) e com o governador Tarso Genro para definir, a partir desse plano de negócio, quais ações deveremos tomar para iniciar a implantação da CEEE Telecom. Essa questão de banda larga, da universalização da informação, chegar aos rincões mais distantes do Estado é fundamental. O Grupo CEEE tem condições de expandir esse projeto no Rio Grande do Sul, tendo retorno financeiro e auxiliando o desenvolvimento regional. O fato de o Grupo CEEE já ter uma boa rede de fibra ótica incentiva a ação.

Empresas & Negócios - O problema nas linhas de transmissão que ligam a subestação Gravataí a Porto Alegre, no início de janeiro, que deixou milhares de pessoas sem luz na Capital gaúcha, demonstra que o sistema elétrico do Estado está trabalhando sem uma salvaguarda quanto a “quedas” de linhas importantes?
Dias -
Para atender à demanda máxima do Rio Grande do Sul, temos capacidade de linhas e de geração. Agora, uma questão é a condição de atendimento e outra é a confiabilidade do sistema. O ideal é que se tenha sistemas que fechem anéis e a condição de jogar com a rede para não depender de um único ponto de fornecimento. E hoje, no Estado, realmente temos algumas redes que são radiais, entregam energia em um ponto e, se houver um incidente no sistema, acaba sendo desligada uma série de cargas, pois não há opção de outro atendimento. No caso da subestação de Gravataí, existe essa dificuldade. É um alimentador que, se ele “cair”, há um problema de fornecimento na região de Porto Alegre. Isso é um assunto que tem que ser corrigido. Temos que ter um grande cuidado com manutenções preventivas do sistema para evitar fatos localizados que podem causar falhas.

(JC-RS, 21/02/2011)


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