Uma nova variedade de algodão transgênico foi aprovada nesta quinta, dia 17, pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). A reunião, que foi a primeira do ano, tinha cinco itens para liberação comercial na pauta, mas apenas esse foi aprovado. O algodão TwinLink, da Bayer, possui três genes: dois com resistência a insetos e um com tolerância ao herbicida glufosinato de amônio. É a oitava liberação de algodão transgênico no país.
A vantagem é que ele vai dar para o agricultor a opção de escolha. Ele vai ter competitividade. Quem vai ter o melhor algodão transgênico no comércio – disse Edilson Pava, presidente da CTNBio.
Nos EUA
Já nos Estados Unidos, onde 93% do algodão é transgênico, revistas e jornais têm repercutido a disposição do governo Obama de reavaliar liberações. Licenças para culturas como a alfafa, concedidas em 2005, podem ser revistas pela justiça do país.
– Assim que o presidente Obama assumiu, colocou dentro do governo, em algumas áreas ligadas à agricultura, pessoas de grupos ambientalistas. E são essas pessoas que estão levantando isso dentro do governo – disse Alda Lerayer, diretora executiva do Conselho de Informações sobre Biotecnologia.
Para pesquisadores que são contra os transgênicos, as discussões nos EUA são importantes, já que questionam os benefícios da tecnologia. Eles acreditam ainda que o debate pode influenciar as decisões brasileiras sobre o tema.
– Nós achamos muito importante, já que a gente sempre se pautou pelo o que ocorre nos EUA. É como se tudo o que é bom para eles fosse bom para nós. Talvez possamos ter reflexões importantes que possam mostrar que a crítica aos transgênicos não é vazia – afirmou Paulo Kageyama, pesquisador e membro da CTNBio.
(Por Maíra Gatto, Canal Rural, 20/02/2011)