Foram empossados ontem os 27 integrantes do Conselho Municipal do Meio Ambiente (Comam) de Porto Alegre para o biênio 2011-2012. A renovação foi de 44% - 12 novos titulares fazem parte do colegiado. O órgão consultivo e deliberativo completa 15 anos com polêmicas e desafios. O principal é a discussão sobre o impacto das obras preparatórias à Copa do Mundo de 2014.
Nos discursos da solenidade, o prefeito José Fortunati (PDT) e o secretário do Meio Ambiente, Luiz Fernando Záchia (PMDB), focaram o desenvolvimento com sustentabilidade. "Nossa cidade tem sido zelosa, buscando se desenvolver sem prejudicar o meio ambiente", afirmou Fortunati.
Mas a urgência das obras da Copa preocupa alguns conselheiros. Um dos cinco representante da Assembleia Permanente de Entidades em Defesa do Meio Ambiente (Apedema-RS), que reúne organizações ecológicas, Felipe Viana, sustenta que "a desculpa da urgência do evento é usada para acelerar o licenciamento ambiental".
Os conselheiros da Apedema-RS observam que são minoria no Comam e dizem que os projetos passam pela maioria da representação de empresas e governo, comprometidos com interesses econômicos. Ambientalistas também criticam que o secretário seja o presidente do conselho e entendem que os avanços do Comam para minimizar impactos ambientais foram mínimos ao longo desses 15 anos.
Záchia garante que, apesar da urgência das obras, não abrirá mão de todos os critérios de preservação. Os investimentos para a Copa do Mundo terão um acompanhamento especial, mas não passarão por cima da legislação ambiental. "Terão preferência, mas não privilégio", adverte o secretário.
(JC-RS, 16/02/2011)