A extração de areia nos rios em torno do Cará-Cará é uma atividade fundamental não só para a economia da região, mas também para a sociedade. No entanto, a extração mineral dos leitos de rios causa impactos inevitáveis à vegetação e fauna local. O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) é rigoroso nos critérios de licença para empresas atuarem em portos de areia e estabelece uma série de normas para os impactos serem minimizados.
De acordo com o geógrafo Gilson Campos Ferreira da Cruz (foto), o principal problema da extração de areia nos leitos é a degradação da mata ciliar. “A preservação da mata ciliar é fundamental, pois é ela que protege o rio. Seu desmatamento gera graves danos, principalmente à vida aquática”.
O morador da vila Cará-Cará, Maurício Bozaki, conta que os impactos da extração de areia na região são perceptíveis. “O Rio Tibagi virou um mar depois que instalaram os portos de areia nele. Onde era mato, lá embaixo, agora é uma praia”. Bozaki reconhece os benefícios das empresas na região, mas afirma que os problemas ambientais que elas trazem são graves.
A redução dos impactos exige algumas medidas das empresas extratoras de areia. Segundo o geólogo Sérgio Tibinka, que trabalha para um porto de areia, é necessário o reflorestamento das matas ciliares para que a empresa minimize os danos à vegetação. Além disso, os portos não podem ter ligação direta com o rio, sendo necessário que o local de extração seja separado. “Essas medidas contribuem para a proteção dos leitos e diminuem os riscos de possíveis contaminações das máquinas no rio”.
(Portal Comunitário, 15/02/2011)