As questões envolvendo a cadeia produtiva do tabaco estão as prioridades da senadora Ana Amélia Lemos (PP/RS). A afirmação foi feita na terça-feira ao presidente da Philip Morris Brasil, Amâncio Sampaio, que visitou o gabinete acompanhado do diretor de assuntos corporativos da empresa, Maurício Jorge, e do gerente de assuntos governamentais, Daniel Mendonça.
A comitiva levou sua preocupação com as duas cartas-consultas enviadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Uma questiona o uso de aromatizantes em cigarros produzidos com fumo Burley e a outra proíbe a exposição em estabelecimentos comerciais ou públicos. “Não defendemos a ausência de regulação, mas que ela seja equilibrada, baseada em comprovação científica”, disse.
Com mais de 80 municípios cuja economia é baseada na produção de tabaco, o Rio Grande do Sul será um dos Estados mais afetados, caso as determinações entrem em vigor. “Queremos que sejam revogadas as consultas e que o governo organize um processo ou traga a discussão para o Congresso Nacional”, cobrou.
Ele entregou à senadora o documento elaborado pelas entidades representativas da indústria questionando a falta de embasamento legal para a Consulta Pública no Congresso e na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados. O relatório aponta ainda problemas como o incentivo ao comércio ilegal, redução de 2,5 milhões de postos de trabalho e prejuízo a 185 mil pequenos produtores rurais no País.
Ana Amélia disse que solicitou audiência com o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, para tratar do assunto. “A medida irá prejudicar os pequenos agricultores rurais do Estado que têm no plantio do fumo o seu pilar econômico”, ressaltou.
mobilização
Essa semana, a prefeita Kelly Moraes (PTB) se reuniu com o presidente do Sinditabaco, Iro Schüncke e os representantes do setor fumageiro, Valmor Thessing e Sérgio Rauber. Eles também discutiram novas ações de mobilização pela suspensão imediata das consultas públicas. Na semana passada, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo e Alimentação (Stifa), Sérgio Pacheco, já havia entrado em contato, solicitando o apoio da administração municipal. Kelly disse que está mobilizada e buscará agendar encontros com o governador Tarso Genro e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que esteve em Santa Cruz em 2010, e se mostrou parceiro na defesa da fumicultura.
(Gazeta do Sul, 10/02/2011)