Mello aplaude a mobilização gaúcha contra epidemia de dengue. "Se você agir, podemos evitar". Este é o slogan da campanha de mobilização e prevenção contra a dengue, lançada pelo governo estadual na tarde de ontem, no Centro Administrativo. Com o intuito de prevenir uma possível epidemia, autoridades federais, estaduais e municipais mostraram, através de números, casos ocorridos, e de uma simulação de crise epidemiológica, o que pode ocorrer em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Estiveram presentes no encontro, também, alguns prefeitos de municípios com casos confirmados da doença.
Mesmo sem constar nos mapas críticos de ocorrências da dengue no País, a Secretária Estadual de Saúde (SES) resolveu participar da campanha em nível federal para mobilizar a comunidade na luta contra a dengue. Este movimento se tornou prioridade em todos os cantos do Estado, conforme informou o diretor do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Celso dos Anjos. "No momento não existe vacina para os quatro sorotipos, o que torna a nossa campanha de conscientização e prevenção ainda mais importante", explicou.
Em todo mundo são 2,5 bilhões de pessoas que vivem em áreas de risco. Outros 120 milhões viajam para áreas afetadas, aumentando ainda mais o risco de importar a doença. Cerca de 100 milhões de pessoas são afetadas pelo vírus da dengue por ano. No Brasil, mais de quatro mil municípios foram infestados, sendo 66 gaúchos. Todos estes números apontam para um alerta geral, não apenas nos estados mais atingidos, mas, também, no Rio Grande do Sul, considerado pelo Ministério da Saúde um Estado sem grandes possibilidades de epidemia. As áreas mais vulneráveis são as regiões Nordeste e Metropolitana, incluindo o município de Porto Alegre.
Os depósitos domiciliares (tanques, vasos, potes etc), onde se acumula a água parada, são os locais preferidos para o Aedes aegypti - inseto causador da dengue - se proliferar. Podem ser considerados fatores determinantes para a dispersão do vetor da dengue o crescimento acelerado da população, as mudanças climáticas e as dificuldades operacionais para as ações de prevenção e controle da epidemia. Neste ano, o Estado já registrou 92 casos da doença, sendo um vindo do Rio de Janeiro.
Para o superintendente estadual da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Gustavo de Mello, o povo gaúcho já deveria estar participando a mais tempo de um programa de mobilização. "É um trabalho em que a Funasa se orgulha muito em fazer parte. Além dos grandes investimentos em saneamento, estamos acompanhando outros programas preventivos que estão em andamento."
O secretário de Saúde estadual, Ciro Simoni, ressaltou a mobilização do Estado em torno de um tema tão delicado como é a saúde da comunidade. Enfatizou também o espírito de interação que deve partir dos responsáveis pela saúde no Rio Grande do Sul. "Se nós estivermos mobilizados, podemos levar esta mobilização para que as pessoas se encorajem no combate à epidemia." Simoni lembrou ainda o valor do trabalho em conjunto com a Funasa e a importância da conscientização dos municípios em participar do programa. "Eu acredito que a comunidade já está em alerta nas regiões onde ocorrem mais casos, mas o papel deste projeto é levar o alerta para as regiões em que a dengue não está sendo debatida", concluiu.
(JC-RS, 09/02/2011)