As emissões de gases causadores do efeito estufa da Austrália crescerão quase 25% nesta década, o que tornará muito difícil o cumprimento da meta de reduzi-las em 5% até 2020 com relação aos níveis de 2000, admitiu o governo do país nesta quarta-feira.
O ministro de Mudança Climática australiano, Greg Combet, indicou que é "muito grande" o risco de o objetivo não ser alcançado.
Quando chegou ao poder em 2007, o Partido Trabalhista prometeu introduzir em até três anos um sistema de mercado de carbono, mas não obteve apoio parlamentar suficiente e decidiu abandonar a iniciativa.
Além disso, a atual primeira-ministra australiana, Julia Gillard, demonstra dar menos atenção ao tema que seu antecessor, Kevin Rudd.
Combet explicou que, já que os preços do carvão seguem afetando negativamente os investimentos em energia renovável, as centrais alimentadas por combustíveis fósseis continuarão a ser construídas.
A Austrália é um dos países com as maiores taxas de emissões per capita, com um índice cinco vezes maior que o da China, justamente o principal mercado para suas exportações de carvão e outros recursos naturais.
A poderosa indústria mineradora australiana tem em Combet um forte aliado, já que ao assumir o cargo o ministro se comprometeu a proteger o setor, que satisfaz 80% da demanda energética do país.
(Efe, Folha.com, 09/02/2011)