A valorização das áreas produtivas no Rio Grande do Norte, surge, principalmente, com a instalação dos parques de energia eólica. A avaliação é do secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Benito Gama. "Temos um investimento previsto de R$ 8 milhões em energia eólica. São 79 parques com energia já medida e confirmada para capacidade de produção. Essas áreas de implantação dos parques estão se valorizando. Os investidores compram ou alugam os terrenos", disse.
Gama destacou que a tendência é de uma valorização ainda maior, já que em maio ocorrerá um leilão de energia eólica.
Se na energia eólica a tendência é de valorização maior, na carcinicultura (criação de camarões) a expectativa de aumento das vendas dos terrenos é frustrada pela dificuldade que os empresários têm de conseguir licenciamentos e financiamentos para produção. Embora o setor esteja voltando a crescer, o aumento das vendas não se reflete na valorização dos terrenos.
O presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Camarão, Itamar Rocha, explicou que essa manutenção dos preços das áreas se deve as dificuldades encontradas pelos produtores para conseguir financiamentos bancários e licenciamento ambiental. "Veja que no ano de 2010 não saiu nenhum financiamento para produtores do Rio Grande do Norte", destacou. Rocha observou ainda que as licenças ambientais emperram muito a chegada de novos negócios.
Enchentes. Além das dificuldades de legalização do negócio e liberação de recursos para atividade, os carcinicultores também enfrentam o problema das enchentes. Na época de chuvas mais intensas, as fazendas de camarão sofrem alagamentos.
A expectativa do presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Camarão é que o setor retome o mercado conquistado antes da crise. Em 2010, no Rio Grande do Norte, um dos principais estados produtores, foram 20 mil toneladas de camarão. No entanto, apenas 1,6 mil toneladas foram para o mercado exportador. "Chegamos a exportar 20 mil toneladas, mas ano passado foram apenas 1,6 mil. Ainda bem que o mercado interno se aqueceu para absorver a produção que caiu devido ao câmbio (valorização do real perante o dólar)", disse Rocha.
(Por Anna Ruth Dantas, O Estado de S.Paulo, 06/02/2011)