Um filme dos Estados Unidos e Japão com os sobreviventes da bomba atômica que destruiu a Cidade de Hiroshima; um filme dinamarquês que mostra a inviabilidade de depositar os resíduos radioativos das usinas nucleares num lugar seguro e por mais de cem mil anos; um filme sobre a luta dos aborígenes e ambientalistas da Austrália contra uma mina de urânio em um parque nacional: Urânio em Movi(e)mento, o 1º Festival de Filmes sobre Energia Nuclear do Rio de Janeiro, já recebeu mais de 40 filmes internacionais, documentários de curta e longa metragem sobre o ciclo nuclear de todos os continentes. Também chegaram filmes nacionais como o filme “Pedra Podre” de Walter Behr, Eve Lise Silva, Ligia Girão e Stela Grisotti sobre as usinas nucleares Angra 1 e Angra 2. Uma surpresa será a première mundial de um filme sobre a mineração de urânio em Caetité, que está sendo produzido agora neste ano.
“Estamos muito felizes com a grande participação de diretores de filmes e todo o planeta”, fala a co-diretora do Festival Marcia Gomes de Oliveira. Muitos filmes já inscritos ainda não chegaram, por causa do serviço postal que é lento demais. Por exemplo, um filme sobre o riscos das submarinos nucleares da Rússia ainda não chegou, mas foi enviado em dezembro. Marcia: “Mas estes filmes que já recebemos garantem um grande evento no Rio de Janeiro com várias premières da América Latina. Além disso o festival vai ser planejado como uma semana de reflexão sobre a politica nuclear do ex-governo Lula e do novo governo Dilma Rousseff.
O time do Festival começou agora com a seleção dos filmes para serem exibidos no final de maio no Rio de Janeiro e no começo de junho em São Paulo. Já tendo convite para se estender a várias capitais do Nordeste.
Os primeiros 10 filmes internacionais selecionados são:
“Uranium Road“ da África do Sul do diretor Theo Antonio sobre a indústria nuclear da África do Sul;
“The Return of Navajo Boy” dos EUA com o diretor Jeff Spitz sobre a mineração de urânio no território do povo indigena navajo;
“Fight for Country” da Austrália do diretor Pip Starr sobre a luta dos aborígenes e ambientalistas contra uma grande mineração de Urânio no norte de Austrália;
“Uranio 238: La Bomba Sucia del Pentágono” de Costa Rica do diretor Pablo Ortega sobre a munição radioativa que os Estados Unidos estão usando nas guerras na ex Iuguslávia e Iraque;
“Yellow Cake. Die Luege von der sauberen Energie” da Alemanha do diretor Joachim Tschirner que desmascara a grande mentira da indústria nuclear de ser uma “energia limpa”.
“Uranium” do diretor canadense Magnus Isacsson sobre a poluição radioativa feita pelas minas de urânio no Canadá.
“Project of Decay” de Suécia do diretora Klara Sager sobre o povo indígena samen do norte da Suécia que sofre até hoje por causa do desastre nuclear de Chernobyl em 1986, embora viverem 5 mil quilometros longe da Ucrânia;
“Into Eternity” do diretor dinamarquês Michael Madsen sobre a questão do lixo altamente radioativo das usinas nucleares;
“Hiroshima – a Film of Human Survival” da EUA/Japão do diretor David Rothauser sobre os sobreviventes da primeira bomba atômica dos Estados Unidos jogada na cidade japonesa de Hiroshima no final da 2ª Guerra Mundial:
“Uranium” um filme dos EUA sobre os efeitos graves da mineração de urânio na área indígena dos Navajo em Nuevo Mexico e Arizona da diretora Sarah Del Seronde.
Inscrições prorrogadas até 01 de março 2011 para filmes do Brasil e outros países da América Latina!
Urânio em Movi(e)mento, 1º Festival Internacional de Filmes sobre Energia Nuclear, de 21 até 28 de maio no Rio de Janeiro (Santa Teresa/Centro Cultural Parque das Ruínas e Centro Cultural Laurinda Santos Lobo) e em junho em São Paulo (Centro Cultural Matilha).
(Por Norbert Suchanek, EcoDebate, 04/02/2011)